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Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Alagoas

Em Brasília, PGJ Lean Araújo discute Plano Nacional de Redução de Mortes no Trânsito

Em Brasília, PGJ Lean Araújo discute Plano Nacional de Redução de Mortes no Trânsito

(Imagem: Ascom/MPDFT)

O procurador-geral de Justiça de Alagoas (PGJ), Lean Araújo, participou, nessa quarta-feira (3), da 6ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG), geralmente realizada em duas etapas, a estratégica e a administrativa. Os trabalhos aconteceram na sede do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em Brasília. Já no início do encontro, ao debaterem o Projeto de Lei nº 1.904/2024, cujo objetivo é a criminalização de mulheres e meninas vítimas de estupro que provoquem o aborto após 22 semanas de gravidez, os chefes dos MPs se posicionaram de forma contrária a proposta. Dentre outras pautas, também foi discutido o Projeto de Lei Federal nº 2.753/2020, que estabelece atendimento prioritário, nos serviços públicos, de crianças e de adolescentes em condição de orfandade decorrente de feminicídio, além da criação de juizados do torcedor.

“Debatemos temáticas atuais que precisavam de uma posição do Ministério Público brasileiro, como é o caso do PL que prevê a responsabilização penal de mulheres e meninas que foram violentadas sexualmente e, em razão desse estupro, engravidaram. Uma proposta como essa necessita de amplo debate com a sociedade e com os profissionais de saúde, de modo que ouçamos as opinões pessoais e técnicas a fim de chegarmos a uma conclusão. Em razão disso, como não houve essas discussões e nem uma avaliação da ciência sobre o caso, nós decidimos nos manifestar contra o projeto”, detalhou Lean Araújo, chefe do Ministério Público do Estado de Alagoas. Tal PL pretende impedir a interrupção de gestações acima de 22 (vinte e duas) semanas de, atualmente, está em tramitação perante o Congresso Nacional.

Já sobre o Projeto de Lei Federal 2.753/2020, a presidente do Grupo Nacional de Direitos Humanos (GNDH), procuradora-geral do Ministério Público do Rio Grande do Norte, Elaine Cardoso, afirmou que criar uma preferência nos serviços públicos especificamente para as crianças e adolescentes órfãs em decorrência do feminicídio não é adequado. “Existem tantas situações tão graves quanto esta”, disse ela.

FUTEBOL

O presidente do CNPG, procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Junior, mencionou que o Conselho aderiu ao convênio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com o objetivo de cooperar na promoção da integridade no futebol brasileiro, especialmente no combate à manipulação de competições.

Os PGJs também debateram o cumprimento da Lei Geral do Esporte (Lei n. 14.597/2023) e da Resolução CNJ nº 5/2013 – que tratam da implantação dos Juizados do Torcedor nos estados, inclusive em regime de plantão em eventos esportivos de grande e alto risco. A presidente da Comissão Permanente de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios (Copreve), promotora de Justiça do Ministério Público do Paraná, Fernanda da Silva Soares, afirmou que a previsão para a criação dos juizados dos torcedores existe há mais de dez anos, porém, poucos estados criaram essas unidades. “O nosso pedido é para que os procuradores diligenciem para a criação em todos. Outra solicitação é a urgente criação de Núcleos do MP, para atuação mais integrada”, explicou, acrescentando que eles deverão ser compostos por promotores das áreas criminal, cível e do consumidor.

EDUCAÇÃO INFANTIL COMO PRIORIDADE


Já a educação infantil foi colocada em pauta pelo corregedor nacional do Ministério Público, conselheiro Ângelo Fabiano Costa. Segundo ele, existem filas enormes de crianças aguardando vagas em creches e escolas de educação infantil. “Temos que fomentar os colegas a entregarem dados reais para diminuir os números de crianças esperando para entrar na creche, garantindo a inclusão social e o desenvolvimento da criança”, defendeu.

MORTES NO TRÂNSITO

A 3ª revisão do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans) foi apresentada durante a reunião. Conforme o estudo, mais de 60% das mortes no trânsito, no Brasil, são de motociclistas. A diretora de Segurança no Trânsito do Ministério dos Transportes, Maria Alice Nascimento Souza, explicou que o trânsito não é formado apenas pelo motorista. É necessário considerar a estrutura, a questão de engenharia veicular, fiscalização, a integração dos municípios aos sistemas de trânsito, trazendo uma visão sistêmica do trânsito.

“Precisamos muito dos procuradores-gerais na efetivação da Lei 13.614, para que haja a integração de todos os sistemas de trânsito existentes em nosso país, a fim que consigamos a redução das mortes no trânsito. Como representantes de órgãos de controle, os integrantes do CNPG podem viabilizar a fiscalização dos municípios e estados no cumprimento deste trabalho integralizado”, destacou ela.

Ficou definido que a PGJ do Rio Grande do Norte fará a interlocução para apresentar uma proposta de trabalho conjunto com o Ministério dos Transportes, por meio da Secretaria Nacional de Trânsito.

A EXTRAJUDICIALIZAÇÃO EM FAMÍLIA E SUCESSÕES


O CNPG vai pedir ao Conselho Nacional de Justiça ampliação de prazo para deliberar de forma mais profunda quanto à intimação para se manifestar em processo interposto pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família. O documento deve subsidiar a edição de provimento que autorize a realização de divórcios e inventários por meio dos serviços extrajudiciais, mesmo que envolvam filhos menores e incapazes, quando for consensual.

A análise está sendo feita pelo Grupo Nacional de Direitos Humanos.

ATUALIDADES EM DIREITO PÚBLICO: BRASIL-ESPANHA

Ao final, o ex-procurador-geral do MPCE, Manuel Pinheiro, propôs a adesão do CNPG à realização do evento “Atualidades em Direito Público Brasil/Espanha”, a realizar-se de 18 a 22 de novembro de 2024, em Santiago de Compostela (ESP). As inscrições estão abertas até 12/07/2024.

Texto com informações da Ascom do CNPG.

*Ascom MP/AL