Sábado, 23 de novembro de 2024
Sábado, 23 de novembro de 2024
A Justiça deu prazo de 24 horas para a Enel restabelecer a energia elétrica para os clientes afetados pelo temporal de sexta-feira (11) na capital paulista e na Grande São Paulo. A decisão liminar, da qual cabe recurso, prevê multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento. Até o fim da tarde de quarta-feira (16), 74 mil clientes ainda estavam sem luz por causa do temporal.
A decisão do juiz Fabio de Souza Pimenta, da 32ª Vara Cível da capital, é da noite de terça-feira (15). O prazo começa a ser contado a partir da intimação do representante legal da empresa. O g1 entrou em contato com a Enel e aguarda retorno. Na quarta, a decisão foi encaminhada para publicação no Diário Oficial da Justiça e publicada na edição desta quinta-feira (17).
A liminar foi concedida no âmbito de um processo movido pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e pela Defensoria Pública do Estado por conta do apagão de novembro de 2023, que também aconteceu após um temporal.
Equipes da concessionária ENEL realizam reparos e troca de postes para restabelecer o fornecimento de energia elétrica na Avenida Santo Amaro, zona sul de São Paulo, na noite de terça (15) — Foto: LEANDRO CHEMALLE/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
"O mínimo que seria esperado (...) é que o preparo da requerida para o enfrentamento de situações análogas fosse maior e que os danos fossem minimizados ou mesmo restritos àqueles diretamente provocados pelo referido evento climático", disse o juiz.
Na decisão, Pimenta destacou a "incapacidade operacional" da Enel para restabelecer o fornecimento de energia elétrica e justificou a necessidade de adotar medida "com maior poder de coerção" contra a empresa.
Apesar da concessão da liminar, o juiz negou um pedido para que a Enel indenize todos os consumidores pelos danos materiais causados pela falta de energia elétrica - acima de R$ 350 por dia - mesmo que não sejam apresentados comprovantes dos prejuízos.
"Além de ser juridicamente questionável o reconhecimento de responsabilidade civil por danos materiais sem a devida e concreta comprovação do prejuízo, é certo que eventual medida nesse sentido seria praticamente irreversível em caso de revogação", explicou o magistrado.
Nesta quinta, o presidente da Enel São Paulo, Guilherme Lencastre, vai conceder uma entrevista coletiva às 8h. Segundo a companhia, ele vai atualizar sobre o fornecimento de energia elétrica na capital e na Grande São Paulo.
*G1