Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Aeroportos de Dubai e de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes; Banco em Shanghai, na China; Opera Quay, na Austrália; e World Trade Center, em Hong Kong, são apenas alguns exemplos de construções arquitetônicas espalhadas pelo mundo que chamam a atenção com suas cores e texturas. E todas elas têm em comum algo que faz a diferença no design: o uso de pedras ornamentais brasileiras naturais. E muitas delas são originárias do Espírito Santo.
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de rochas ornamentais, sendo o maior fora do continente asiático e o quinto maior exportador. O setor é composto por 12.200 empresas, sendo 6.600 parte da indústria de transformação e 5.600 da indústria extrativa.
Mesmo em países que são referência mundial no setor de rochas ornamentais, como a Itália, que é um grande produtor, importador, consumidor, beneficiador e exportador desse material, há diversas construções com uso e aplicações de pedras brasileiras.
Em Milão, a UniCredit Tower, atualmente o maior banco da Itália, é um exemplo disso. O arranha-céu possui 231 metros, e, em quase toda a sua construção, é possível ver a pedra "Green Savana".
Pedras brasileiras são encontradas em obras pelo mundo
No Brasil, os maiores estados exportadores de rochas ornamentais em 2022 foram Espírito Santo, 81,8% do total; seguido por Minas Gerais, com 10,9%; e Ceará, com 3,1%. O cenário capixaba detém ainda o maior número de empresas do segmento.
De acordo com a gerente de Inteligência de Dados e Pesquisas do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Suiani Febroni, o setor de rochas ornamentais passou por alguns desafios ao longo do ano passado, que levaram ao recuo na produção e nas exportações desse segmento que é de grande relevância para a economia do estado.
"A concorrência com produtos estrangeiros, a redução dos envios aos Estados Unidos e os possíveis impactos da redução da atividade da construção local ajudam a explicar esse cenário", detalhou.
Na avaliação de Suiani, em 2024, os desafios continuarão presentes ao longo do ano, porém, há uma expectativa de melhora no cenário nacional puxada pelo setor da construção, que poderá apresentar avanços a partir dos programas Minha Casa Minha Vida e do Novo PAC, bem como da trajetória de redução da taxa de juros.
Aeroporto de Dubai usa pedra brasileira "Itaúnas". Espírito Santo — Foto: Divulgação
"Quanto ao ambiente externo, este permanece incerto por conta do prolongamento dos conflitos políticos. Porém, também há uma expectativa de melhora quanto ao processo de flexibilização monetária nas economias centrais, que poderá ser benéfico às exportações do setor de rochas", finalizou a gerente.
(Fonte: Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Estado do Espírito Santo (Sindirochas). Dados de 2022)
No Brasil, as pedras também estão em grandes construções. O Museu do Amanhã, ponto turístico localizado no Rio de Janeiro; o piso central do Santuário Nossa Senhora Aparecida do Norte, no interior do estado de São Paulo, que recebe fiéis do mundo todo; e a FG One Tower, um arranha-céu localizado em Balneário Camboriú, Santa Catarina, são alguns exemplos.
"São mais de 1.200 diversidades de pedras no nosso país, das mais variadas cores e com desenhos únicos e características exclusivas que deixam os projetos mais belos e sustentáveis, permitindo a criação de ambientes perfeitos", comentou a arquiteta, urbanista e designer de interiores, Vivian Coser.
Na obra do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, foi utilizado o granito "Ipanema". — Foto: Divulgação
Entendendo o tamanho e a importância desse mercado, entre os dias 30 de janeiro e 2 de fevereiro, uma feira vai reunir profissionais do setor de rochas do mundo inteiro em Vitória. A movimentação financeira esperada é de cerca de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) em negócios.
Com cerca de 250 marcas expositoras confirmadas, a expectativa dos organizadores do evento é que mais de 15 mil visitantes participem dos quatro dias de programação, entre compradores, arquitetos, designers e profissionais da construção.
Em sua 21ª edição, o evento vai reunir empresas de extração e beneficiamento de pedras naturais, equipamentos, máquinas, insumos e tecnologias.
"Cada edição da Vitória Stone Fair, reforça sua vocação em fomentar negócios, ser fonte de conteúdo técnico e geração de conexões entre os principais atores do setor. Então é uma excelente oportunidade para a pedra natural brasileira conquistar novos mercados", ressaltou Flávia Milaneze, organizadora do evento.
Na feira, sempre chamam a atenção novidades do setor, lançamentos e pedras exclusivas. Em 2023, por exemplo, um dos destaques foi a pedra Amazonita, que chegou a ter um bloco vendido por R$ 1 milhão.
Galeria de arte na China usa a pedra brasileira "Amazonita"; o valor de um bloco pode chegar a R$ 1 milhão. — Foto: Divulgação
Cerca de 60% dos expositores da feira são focados em pedras naturais e os outros 40% representando máquinas, insumos, equipamentos e serviços, abrangendo toda a cadeia produtiva do setor.
Vitória Stone Fair 2024
O que: Evento voltado para profissionais do setor de rochas e da construção, incluindo arquitetos e designers. Com cerca de 250 marcas expositoras confirmadas, a feira é uma referência no mercado internacional e contará com visitantes de mais de 50 países, com destaque para EUA, China, Itália e México.
Quando: De 30 de janeiro a 2 de fevereiro de 2024.
Onde: Pavilhão de Carapina, Serra, Espírito Santo.
Horário: De terça a quinta-feira, das 10 às 19h, na sexta-feira, das 10 às 16h.
*G1