O Brasil é o quinto maior produtor de lixo eletrônico no mundo - são cerca de dois milhões de toneladas por ano. A maior parte desse material é descartada de maneira irregular, mas poderia ser reciclada.
Uma vida conectada produz um tipo de poluição que avança em ritmo acelerado...
Tudo o que a gente coloca na tomada ou funciona com pilha ou bateria e não serve mais, vira lixo, só que um lixo longe de ser comum. É matéria-prima para uma cooperativa em São Paulo, que separa os materiais de um jeito certo para aproveitar de novo.
Tem também os ganhos econômicos. O trabalho exige mão de obra qualificada e gera renda para os cooperados.
Este ano, a cooperativa reciclou 630 toneladas de equipamentos, mas isso é só metade da capacidade que eles têm de produção. O que é feito ali, resultado de um trabalho desenvolvido nos últimos 14 anos, poderia fazer ainda mais diferença se eles não tivessem que ultrapassar tantas barreiras.
De janeiro a novembro de 2023, a organização sem fins lucrativos fundada pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica reciclou quase 3 mil toneladas desse tipo de material. Uma montanha que não alcança o topo. O Brasil só recicla cerca de 3% do lixo eletrônico que gera, segundo estimativas do setor.
Pelo país, 10 mil pontos de coleta de eletroeletrônicos tentam vencer essa distância, mas não é o bastante.
O Ministério do Meio Ambiente disse que criou, em outubro, um grupo de trabalho para estruturar melhor a legislação e a fiscalização do descarte dos produtos eletrônicos.