
Quinta-Feira, 18 de setembro de 2025
Quinta-Feira, 18 de setembro de 2025
Servidores foram punidos com base em processo disciplinar que analisou atos praticados durante a gestão de Ricardo Salles no Meio Ambiente. Caso foi revelado em 2021, na Operação Akuanduba.
A Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu destituir dois investigados Operação Akuanduba, da Polícia Federal, realizada em 2021: Walter Magalhães Júnior, ex-superintendente do Ibama no Pará, e Leopoldo Butkiewicz, assessor especial do então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Magalhães e Butkiewicz foram responsabilizados por facilitar a exportação de madeira sem autorização ambiental, especialmente para Estados Unidos e Europa. A medida foi assinada no dia 22 de maio pelo ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, com base em um processo administrativo disciplinar instaurado em 2023.
A CGU concluiu que os dois cometeram infrações funcionais graves ao atuarem na liberação ou facilitação de exportações florestais sem respaldo técnico e normativo. Ambos foram punidos com destituição do cargo em comissão — a penalidade mais severa prevista para ocupantes de função de confiança.
No caso de Leopoldo Butkiewicz, a CGU também aplicou inelegibilidade por 8 anos para cargos comissionados no Executivo federal, com base na Lei Complementar 64/1990.
Na mesma decisão, a CGU arquivou o processo disciplinar contra um terceiro investigado, Olivaldi Alves Borges Azevedo, por considerar que não havia elementos suficientes para aplicação de sanção.
De acordo com a operação Akanduba, da PF, em maio de 2021:
A Operação Akuanduba foi deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2021 para investigar um suposto esquema de exportação ilegal de madeira nativa brasileira para os Estados Unidos e países da Europa.
Um dos focos da investigação foi um despacho publicado em fevereiro de 2020, que dispensava a necessidade de licença ambiental para exportação de produtos florestais. O documento foi assinado durante a gestão de Ricardo Salles no Ministério do Meio Ambiente, mesmo com manifestações técnicas contrárias dentro do próprio Ibama.
Salles foi um dos alvos da operação, ao lado de assessores e dirigentes do ministério. À época, a Polícia Federal também apurava eventual tentativa de obstrução de investigação ambiental e pressões internas para enfraquecer a fiscalização de exportações.
*G1/Blog do Octavio Guedes