Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
O Ministério da Saúde demitiu nesta 2ª feira (18.mar.2024) o diretor do DGH (Departamento de Gestão Hospitalar), Alexandre Telles. O anunciou se deu depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrar, em reunião ministerial, da chefe da Saúde, Nísia Trindade, uma solução para o cenário de crise em hospitais federais do Rio de Janeiro.
O anúncio foi feito pelo Ministério por meio de nota à imprensa e deve ser publicado no DOU (Diário Oficial da União) nos próximos dias. Eis a íntegra do comunicado (PDF – 164 kB).
Segundo a Saúde, a decisão resulta da “necessidade de transformação na gestão do DGH”. Telles foi substituído por Maria Aparecida Braga. Ela é superintendente do ministério no Rio de Janeiro e acumulará as 2 funções.
Mais cedo, o ministério havia dado início à criação de um comitê gestor para administrar 6 hospitais federais na capital fluminense.
São eles:
Com a medida, que não é considerada uma intervenção pelo ministério, as unidades perdem a autonomia de sua gestão, que fica centralizada no DGH.
A alteração na estrutura organizacional do departamento havia sido antecipada em portaria de 23 de fevereiro publicada no DOU. Eis a íntegra (PDF – 342 kB).
O comitê vai ser dirigido pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Além de representantes do DHG, a administração terá também assessorias, coordenações e secretarias do Ministério da Saúde.
O órgão vai atuar por, pelo menos, 1 mês da administração dos hospitais. O objetivo, de acordo com o comunicado, é melhorar a governança e o diálogo entre funcionários, sindicatos e gestores.
A medida também busca garantir um aumento do poder de negociação do ministério para maior controle de insumos e eficiência. O órgão também preparou um edital para contratar 500 profissionais para o processo de reformulação da rede.
CRISE NOS HOSPITAIS FEDERAIS DO RJ
O órgão comandado por Nísia Trindade tem sido alvo de críticas pela situação nas 6 unidades hospitalares no Rio de Janeiro sob responsabilidade federal. Em 2023, o ministério indicou, em relatório obtido pelo “Fantástico”, da TV Globo, que quase 20% da capacidade total das unidades estava fechada.
Segundo a reportagem, os prédios, que são referência no tratamento de alta complexidade, como câncer, e na realização de transplantes, tem salas trancadas, equipamentos inutilizados, materiais vencidos e falta de manutenção básica de segurança.
Além disso, de acordo com o “Fantástico”, 18.000 pacientes aguardam atendimento nos hospitais. O orçamento destinado às unidades, neste ano, foi de cerca de R$ 862 milhões.
A gestão dos hospitais federais estava a cargo de Alexandre Telles desde fevereiro de 2023, quando foi nomeado por Lula. À época, a decisão foi ironizada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD).
Paes, que é aliado do petista, criticou a qualificação técnica de Telles, que, antes, era presidente do Sindicato dos Médicos do Rio.
O Poder360 entrou em contato com o Ministério da Saúde para obter a íntegra do relatório citado pela TV Globo. Entretanto, não obteve resposta até a publicação desta reportagem.