Domingo, 24 de novembro de 2024
Domingo, 24 de novembro de 2024
A Operação Integration, que apura um suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais, entrou em uma nova fase depois que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) devolveu o inquérito concluído pela Polícia Civil, solicitando novas diligências e a substituição das prisões preventivas por outras medidas.
Entre os investigados, estão a influenciadora Deolane Bezerra e a mãe dela, Solange Bezerra, que foram soltas após serem beneficiadas com um habeas corpus, e o cantor Gusttavo Lima, que teve a ordem de prisão preventiva revogada na terça-feira (24).
Segundo o professor, é possível que, antes da retomada das investigações, a juíza peça ao MPPE que especifique as diligências a serem realizadas.
"Pode ser até que ela devolva ao promotor para que o promotor diga quais são as investigações que ele deseja que se realizem. Mas, na sequência, ela passa para a polícia terminar o trabalho de investigação", afirmou.
Na avaliação do especialista, é importante lembrar que dois processos diferentes tramitaram de forma paralela em relação ao caso:
No primeiro processo, referente ao inquérito, a juíza recebe o relatório da investigação policial e, em seguida, pede o parecer do Ministério Público, podendo acatar ou não a manifestação do MPPE.
A juíza discordou da posição do MPPE ao manter as prisões decretadas anteriormente e ordenar a prisão de Gusttavo Lima, decisões que foram revertidas depois pelo desembargador.
Apesar disso, os rumos da investigação seguem sob análise da 12ª Vara Criminal, na primeira instância. Em geral, a polícia tem 30 dias para concluir o inquérito, mas esse prazo pode mudar a depender da complexidade do caso.
A sequência de decisões tomadas nos últimos dias revelou também as divergências entre as instâncias e instituições que se debruçam sobre o caso. A principal delas diz respeito ao pedido de prisões preventivas, como as que foram decretadas contra Deolane Bezerra e Gusttavo Lima.
"A grande discussão que se deve tratar: é necessário prender alguém que tem uma ocupação lícita, que tem um endereço certo, se o crime não foi por violência, não teve grave ameaça à pessoa? É um crime de lavagem de dinheiro. Será que, indisponibilizando os bens, impedindo a veiculação de propaganda em relação a bets e outras condutas, isso não seria suficiente para se resguardar a investigação e o futuro resultado da ação penal?", questionou o professor.