Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Dois dias depois de colher depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, a Polícia Federal vai ouvi-lo novamente nesta sexta-feira (18). Delgatti esteve na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro na quinta (17). A PF quer analisar se há contradições nas declarações dadas à comissão e aos agentes policiais.
Na oitiva de quarta (16) à PF, Delgatti afirmou ter conversas que comprovam pagamentos da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que chegam a R$ 40 mil, para que ele invadisse qualquer sistema do Poder Judiciário.
No depoimento à CPMI, Delgatti acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter lhe oferecido um indulto caso o hacker assumisse ter grampeado o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, segundo o hacker, Bolsonaro teria ordenado um plano para questionar a segurança das urnas eletrônicas em 2022.
Ainda de acordo com o depoimento, o ex-presidente teria pedido ao hacker que fraudasse uma urna com o objetivo de pôr em dúvida o processo eleitoral.
"A ideia era pegar uma urna emprestada da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], acredito. E pôr um aplicativo meu para mostrar à população que é possível apertar um voto e sair outro", disse Delgatti aos deputados e senadores. A defesa de Bolsonaro disse que vai entrar com uma queixa-crime contra o hacker por calúnia e difamação.
Na fala à CPMI, o hacker afirmou que a deputada Carla Zambelli escreveu a decisão falsa que pedia a prisão de Alexandre de Moraes.
Delgatti afirmou ainda que teve acesso não só ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mas de todos os tribunais brasileiros, incluindo o do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante quatro meses. No período, ele conseguia acessar todos os processos, decisões e senhas de juízes.
*R7