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Segunda-Feira, 22 de setembro de 2025

Brasil

Ex-diretor da PRF confirma que recebeu ordem de ministro para parar ônibus na eleição de 2022

Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações, foi escolhido por Anderson Torres como testemunha de defesa. Processo apura tentativa de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ex-diretor da PRF confirma que recebeu ordem de ministro para parar ônibus na eleição de 2022

Ex-ministro Anderson Torres em depoimento à CPI dos Atos Golpistas (Imagem: WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

O ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura confirmou nesta terça-feira (27), em depoimento à Justiça, que recebeu ordens do Ministério da Justiça para fazer blitz em ônibus com destino à região Nordeste durante as eleições de 2022.

Segundo ele, no entanto, a ideia de fiscalizar os veículos saídos de São Paulo e do Centro-Oeste era inspecionar se havia transporte irregular de eleitores e de dinheiro – e não dificultar o acesso de eleitores às urnas, como aponta a acusação.

A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou a ouvir nesta terça-feira (27) as testemunhas de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Os depoimentos são tomados na ação penal que apura uma tentativa de golpe articulada pela cúpula da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com um servidor da PRF, partiu de Djairlon a ordem para que a inteligência do órgão atuasse para reforçar abordagens de ônibus e vans durante as eleições de 2022.

A orientação da chefia era que a PRF deveria "tomar um lado", por determinação do diretor-geral.

O ex-diretor afirmou que a Secretaria de Operações Integradas solicitou a operação em reunião no Ministério da Justiça.

“Foi solicitada a realização de uma operação antes da eleição dos ônibus que saíssem de SP e da região Centro-Oeste com destino ao Nordeste com votantes e recursos financeiros que já estavam em investigação pela PF”, afirmou. “Em mais de 60% dos veículos, não demorou mais de 15 minutos”.
 

Segundo Djairlon, não houve direcionamento a fiscalização de ônibus com objetivos políticos.

Ele afirmou que o então ministro Anderson Torres pediu para PF e PRF se "empenharem o máximo possível" para realizar o policiamento durante as eleições e evitar crimes eleitorais, como o transporte de valores e o trnsporte irregular de eleitores.

Testemunhas

 

Nesta semana, estão previstos os depoimentos de 25 testemunhas indicadas por Torres. Na manhã desta terça serão ouvidos:

  1. Braulio do Carmo Vieira, delegado da Polícia Federal (PF);
  2. Luís Flávio Zampronha, delegado da Polícia Federal (PF);
  3. Alberto Machado, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
  4. George Estefani de Souza, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);
  5. Djairlon Henrique Moura, delegado e ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  6. Caio Rodrigo Pellim, delegado da Polícia Federal (PF); e
  7. Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
 

Na segunda (26), foram ouvidas as testemunhas de defesa do ex-ministro Augusto Heleno – veja no vídeo:

Oito testemunhas de defesa indicadas por Augusto Heleno prestam depoimento na Primeira Turma do STF

Oito testemunhas de defesa indicadas por Augusto Heleno prestam depoimento na Primeira Turma do STF

Denúncia da PGR

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao STF uma denúncia, em 26 de março, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.

De acordo com a PGR, a organização tinha como líderes o então presidente da República Jair Bolsonaro e seu então candidato a vice-presidente, Braga Netto.

Segundo a denúncia, aliados a outras pessoas, entre civis e militares, eles tentaram impedir de forma coordenada que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido. Os acusados foram divididos em núcleos pela PGR.

*G1

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