Quarta-Feira, 24 de dezembro de 2025
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Incidente deixou várias perguntas a serem esclarecidas, já que a empresa dona do foguete falou apenas que uma 'anomalia' provocou a explosão e a queda próxima da Base de Alcântara.
Primeiro foguete comercial partindo do Brasil é lançado no Maranhão; transmissão aponta anomalia (Imagem: Reprodução)
Nesta segunda-feira (22), o foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu após a decolagem no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. O acidente ainda está sob investigação e deixou várias perguntas sem respostas.
Segundo a empresa dona do foguete, InnoSpace, uma anomalia foi identificada durante o voo, mas não deu detalhes. Um drone registrou o momento exato em que ele se desfez no ar e se transformou em uma "bola de fogo".
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Foguete HANBIT-nano explodiu após ser lançado na Base de Alcântara, no Maranhão — Foto: Reprodução/InnoSpace/Pedro Pallotta/Space Orbit
Confira abaixo o que se sabe e o que ainda resta saber sobre o caso
O foguete sul-coreano HANBIT-Nano explodiu pouco depois de ser lançado às 22h13 do dia 22 de dezembro, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), que fica próximo a São Luís (MA). Cerca de 30 a 40 segundos após a decolagem, foi identificada uma anomalia durante o voo.
Após a detecção da falha, a empresa responsável interrompeu a transmissão e adotou os protocolos de segurança previstos, que resultaram na queda do veículo dentro da área de segurança terrestre da base, segundo a FAB.
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Primeiro foguete comercial partindo do Brasil é lançado no Maranhão; transmissão aponta anomalia — Foto: Reprodução
Não. Segundo a InnoSpace e a Força Aérea Brasileira (FAB), não houve feridos nem danos a pessoas, embarcações, instalações ou bens externos à área da base.
Os destroços caíram em uma área pertencente à Base de Alcântara, dentro da zona de segurança estabelecida para esse tipo de operação.
A causa exata da explosão ainda não foi determinada. A empresa responsável informou que não fará conclusões precipitadas antes da análise completa dos dados do voo.
Até o momento, sabe-se apenas que a anomalia ocorreu após a fase inicial da decolagem, quando o foguete já havia superado etapas como o rompimento da barreira do som (Mach 1) e se aproximava da fase de maior estresse aerodinâmico (MAX Q).
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Lançamento de foguete no Brasil — Foto: Reprodução
De acordo com especialistas envolvidos no projeto e com a FAB, não houve falha na infraestrutura brasileira. Os sistemas do Centro de Lançamento de Alcântara, incluindo os protocolos de segurança e terminação de voo, funcionaram como previsto.
A avaliação preliminar é de que a falha ocorreu no próprio veículo, que estava em seu voo inaugural — etapa em que falhas são consideradas relativamente comuns no setor espacial.
O sistema de terminação de voo é um mecanismo de segurança que interrompe a trajetória do foguete quando há risco de perda de controle, evitando que ele saia da área segura.
Segundo especialistas e autoridades, esse sistema funcionou corretamente no lançamento do HANBIT-Nano, o que indica que os protocolos internacionais de segurança foram seguidos.
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Como é o foguete — Foto: Arte g1
Não. O voo teve duração de pouco mais de um minuto e foi interrompido antes que o foguete pudesse completar a trajetória necessária para entrar em órbita da Terra.
A transmissão oficial foi cortada logo após a identificação da anomalia, procedimento padrão quando a missão não é concluída com sucesso.
O HANBIT-Nano levava oito cargas úteis, entre satélites e experimentos científicos desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia. Entre eles estavam:
O principal prejuízo foi científico e tecnológico, com a perda de anos de pesquisa e desenvolvimento de satélites e experimentos.
Pesquisadores brasileiros envolvidos destacam o impacto emocional e acadêmico da perda, já que muitos projetos estavam prontos para sua primeira validação em ambiente espacial real.
Esse foi o primeiro lançamento comercial de um foguete orbital a partir do território brasileiro, marcando um avanço simbólico e operacional na retomada do uso do Centro de Lançamento de Alcântara.
A missão fazia parte da Operação Spaceward e envolvia cooperação entre o governo brasileiro, a empresa sul-coreana Innospace e instituições de pesquisa nacionais e internacionais.
Não. Segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB), o contrato firmado com a InnoSpace é de prestação de serviços com retribuição mínima ao Estado, sem previsão de lucro.
O objetivo principal é estratégico, voltado ao desenvolvimento do setor espacial, à validação da infraestrutura e à atração de futuras missões comerciais.
A investigação está sendo conduzida pela InnoSpace em conjunto com a Força Aérea Brasileira e outras instituições envolvidas na missão.
Equipes técnicas analisam os dados de voo e os destroços para identificar as causas da anomalia.
Ainda faltam respostas que só devem ser divulgadas após a conclusão da análise técnica. Por exemplo:
*G1