Maior mobilização indígena do país começa em Brasília

• De acordo com Kleber Karipuna, coordenador executivo da Apib pela Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), já há encontros previstos com o Ministério do Meio Ambiente e com o Ministério do Desenvolvimento Social;
• Na terça-feira (23), os indígenas farão uma marcha em direção ao Congresso Nacional. Já na quinta-feira (25), a marcha será rumo ao Planalto. A expectativa, segundo Kleber Karipuna, é que o presidente Lula (PT) receba os indígenas na sede do governo;
• Ainda de acordo com o coordenador, na sexta-feira (26), os indígenas esperam conseguir se reunir com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para falar sobre cota de candidaturas indígenas nas eleições

O g1 tenta contato com o governo federal.

As lideranças informaram que o presidente Lula (PT) não foi convidado para o acampamento porque os custos com a segurança são muito altos. Para os líderes, seria mais efetivo conversar o presidente no Planalto, o que pode mobilizar mais ministros para a discussão.

O Acampamento Terra Livre é o maior evento de mobilização indígena do país (veja fotos acima). A Apib anunciou a programação completa da 20ª edição do acampamento. Entre as mais de 30 atividades previstas, estão:

• Segunda-feira (22): entrega de Carta Manifesto do Movimento Indígena;
• Terça-feira (23): marcha "Nossos Direitos não se negociam"; e Sessão Solene no Congresso Nacional;
• Quinta-feira (25): marcha "Nosso marco é ancestral. Sempre estivemos aqui"

O acampamento acontece até sexta-feira (26). A Apib estima que seis mil pessoas devem participar da mobilização e que 200 povos indígenas de todas as regiões do país sejam representados.

O Acampamento Terra Livre é organizado pela Apib e suas sete organizações regionais de base, sendo elas: Apoinme, ArpinSudeste, ArpinSul, Aty Guasu, Conselho Terena, Coaib e Comissão Guarani Yvyrupa.

A primeira marcha da mobilização, na terça-feira, terá como principal pauta "as ameaças aos povos indígenas no legislativo federal".

Um dos destaque é o Marco Temporal, que determina que serão consideradas terras tradicionalmente indígenas apenas aquelas que, na data da promulgação da Constituição (5 de outubro de 1988), já eram ocupadas ou disputadas pelos indígenas.