Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
A Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais) realizou um rodízio de 14 presos entre as cinco penitenciárias federais do país. As informações foi divulgada neste sábado (16), e confirmou que as transferências aconteceram entre quinta (14) e sexta (15). Nesta semana, a fuga do presídio de Mossoró (RN) completou um mês, sendo o primeiro registro na história do sistema penitenciário federal. Até a publicação da reportagem, Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça ainda não foram encontrados.
Segundo apuração da RECORD, nenhum líder importante de facções foram incluídos nas mudanças. Um dos presos mais conhecidos é Fernandinho Beira-Mar, apontado como ex-líder da organização criminosa Comando Vermelho. Beira-Mar chegou a ser transferido recentemente porque cumpria pena na unidade de Mossoró. Depois da falha, o homem foi levado para o presídio de Catanduvas (SC).
Outro que também não participou da operação foi o líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como “Marcola”. Ele cumpre pena em Brasília e, nesta semana, tentou anular na justiça uma condenação de 150 anos por homicídio.
Segundo a secretaria, medida é importante para dificultar e enfraquecer possíveis vínculos nas regiões onde se encontram as unidades federais. "É importante salientar que a movimentação dos internos é parte da rotina das unidades e, por questões de segurança, a Senappen não informa a localização dos presos, nem detalhes dessas operações", conclui o comunicado.
Em 14 de fevereiro, Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça conseguiram escapar durante a madrugada. Segundo o Ministério da Justiça, integrantes da elite da PF (Polícia Federal) e das operações especiais da PRF (Polícia Rodoviária Federal) chegaram em Mossoró na manhã de 16 de fevereiro.
Os dois fugitivos são suspeitos de ter ligações com a facção Comando Vermelho, no Acre, onde o grupo domina as operações criminosas e onde a dupla estava presa até setembro do ano passado.
Na sexta-feira (8), a Polícia Federal prendeu um suspeito de ajudar os fugitivos. Foi a sexta prisão desde a fuga. A polícia também investiga um casal suspeito de comprar roupas para os foragidos.
Os fugitivos já foram vistos em diversas ocasiões. No entanto, os investigadores não conseguem capturá-los. A Força Nacional trabalha em colaboração com a Polícia Federal nas buscas. O contingente composto por 111 policiais e bombeiros militares, além de 15 viaturas, chegou à cidade em 23 de fevereiro.
De acordo com especialistas em segurança pública ouvidos pelo R7, falhas estratégicas e a demora na reação dificultam a captura dos dois fugitivos. Esta é a opinião, por exemplo, do especialista Leonardo Sant'Anna. "O primeiro item foi o tempo que levou até que a fuga fosse percebida. Essa demora é extremamente prejudicial, caso se queira fazer uma captura em um curto espaço de tempo", diz.
Sant'Anna aponta ainda a demora até que as forças se reuniram para realizar a busca. "Esses elementos, realmente, colocam as instituições públicas em uma situação extremamente delicada", avalia.
*R7