Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Apesar da queda no nível, a cheia do Guaíba continua acima dos patamares registrados na grande enchente que afetou o Rio Grande do Sul em 1941.
Segundo painel da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico), o reservatório chegou a 4,56 metros até as 9h30 deste sábado (18.mai.2024), a maior altura para o dia. Já no desastre climático da década de 40, o registro era de 3,64 metros para o mesmo período.
Até a madrugada de 6ª feira (17.mai), o nível do Guaíba ainda era maior do que o pico de 4,76 metros da tragédia de 1941. Estava em 4,78 metros.
Ao se considerar o menor nível do Guaíba neste sábado (18.mai), o registro é de uma altura de 4,52 metros. É o menor desde que a enchente no Estado atingiu o pico de 5,35 metros, em 5 de maio.
A ANA considera que qualquer valor acima de 3 metros de altura já sinaliza um cenário de inundação.
Desde 2ª feira (13.mai), a altura do Guaíba voltou a preocupar as autoridades. O retorno das chuvas ao território gaúcho nesta semana fizeram com que superasse, mais uma vez, o marco de 5 metros. Só na 4ª feira (15.mai), o nível voltou à sua tendência de queda.
O Guaíba tem uma extensão de 496 km², responsável por abarcar a região metropolitana de Porto Alegre. Nele, desembocam os rios Jacuí, Sinos, Caí e Gravataí.
Com as chuvas, foi um dos principais responsáveis pelos alagamentos que tomaram conta da capital gaúcha. A cidade já contabiliza 157.701 pessoas afetadas até o momento, entre desabrigados e desalojados e pessoas que estão sem água ou energia nas casas.
ENCHENTE DE 1941
No caso da cheia de 1941, foram 22 dias seguidos de chuva que deixaram uma Porto Alegre inundada e destruída.
Na época, as águas começaram a subir de forma ameaçadora em 2 de maio. Em 6 dias, o nível do Guaíba já atingia 4,76 metros.
Vejas imagens da enchente de Porto Alegre em 1941:
O episódio deixou 70.000 moradores desabrigados, o equivalente a 1/4 da população local da época, de 272 mil habitantes, segundo a Prefeitura de Porto Alegre.
“O único meio de transporte da população eram os barcos e, até hoje [2011], podemos ver as marcas da água nas paredes do Mercado Público. Aproximadamente 600 empresas demoraram meses para reabrirem. Foram 22 dias de chuva intensa entre abril e maio daquele ano. Porto Alegre voltou a encarar enchentes em 1967, porém não chegaram a tais proporções”, diz texto de arquivo do órgão.