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Terça-Feira, 26 de novembro de 2024

Brasil

Número de mortos no RS sobe para 37; há mais de 70 desaparecidos

Número de mortos no RS sobe para 37; há mais de 70 desaparecidos

(Imagem: Diego Vara/Reuters)

O Rio Grande do Sul registrou, nesta sexta-feira (3), 37 mortes e 74 desaparecidos em razão dos temporais que atingem o estado desde a segunda (29). Diferente de 2023, quando a chuva foi isolada em algumas regiões – como o Vale do Taquari –, desta vez, o impacto ocorre sobre todo território gaúcho.

O governo decretou estado de calamidadesituação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.

"Serão dias difíceis. Pedimos que as pessoas saiam de casa. O nosso objetivo é salvar vidas. Coisas serão perdidas, mas devemos preservar vidas. Nossa prioridade é resgatar as pessoas. Em relação ao restante, nós daremos um jeito posteriormente", disse o governador Eduardo Leite (PSDB), que já afirmou que o temporal é "o maior desastre do estado" e que o Rio Grande do Sul vive uma "situação de guerra".
 

A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.

Imagens mostram evolução dos sete dias de chuvas que colocaram o Rio Grande do Sul em calamidade

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Além dos 37 mortos e 74 desaparecidos, 74 pessoas ficaram feridas. O órgão soma cerca de 24.252 pessoas fora de casa, sendo 7.165 pessoas em abrigos e 17.087 desalojados (na casa de familiares ou amigos). Ao todo, 235 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 351.639 mil pessoas.

Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul — Foto: Diego Vara/Reuters

Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul — Foto: Diego Vara/Reuters

Bacias hidrográficas com risco de inundação severa no RS — Foto: Defesa Civil/Divulgação

Bacias hidrográficas com risco de inundação severa no RS — Foto: Defesa Civil/Divulgação

Recorde de 1941

 

No Guaíba, em Porto Alegreo nível da água já passou dos 4,5 metros e continua subindo, podendo superar 5 metros.

"As nossas projeções ainda indicam que ele vai ultrapassar a cheia de 1941, atingindo 5 metros no período do final da tarde de sexta-feira (3) também", diz Pedro Luiz Camargo, hidrólogo da Sala de Situação do RS.
 

Em 1941, uma enchente inundou Porto Alegre, provocando a construção de um sistema anticheias.

Enchentes no Guaíba
Metros4,764,763,463,464,54,555Maio de 1941Novembro de 2023Maio de 2023Projeção: Maio de 20230123456
Forças de segurança, como bombeiros, Exército e agentes públicos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), fecharam as comportas entre as Avenidas Mauá e Castello Branco, em Porto Alegre (SP), nesta quinta-feira, 2 de maio de 2024, por conta da cheia do Guaíba. — Foto: EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Forças de segurança, como bombeiros, Exército e agentes públicos do Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE), fecharam as comportas entre as Avenidas Mauá e Castello Branco, em Porto Alegre (SP), nesta quinta-feira, 2 de maio de 2024, por conta da cheia do Guaíba. — Foto: EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

A região central de Porto Alegre é protegida por um sistema de diques, comportas e muros. No entanto, a região das ilhas, a Zona Sul da Capital e as cidades do outro lado da costa, como Barra do RibeiroEldorado do Sul e Guaíba devem ser afetadas pela cheia.

Localização do sistema de contenção do Guaíba em Porto Alegre — Foto: RBS TV/Reprodução

Localização do sistema de contenção do Guaíba em Porto Alegre — Foto: RBS TV/Reprodução

Temporais no RS

 

A tragédia desta semana já deixou 37 pessoas mortas.

Cidades com mortes confirmadas pela Defesa Civil: 37

  • Canela (2)
  • Candelária (1)
  • Caxias do Sul (1)
  • Bento Gonçalves (1)
  • Boa Vista do Sul (2)
  • Paverama (2)
  • Pantano Grande (1)
  • Putinga (1)
  • Gramado (4)
  • Itaara (1)
  • Encantado (1)
  • Salvador do Sul (2)
  • Serafina Corrêa (2)
  • Segredo (1)
  • Santa Maria (2)
  • Santa Cruz do Sul (4)
  • São João do Polêsine (1)
  • Silveira Martins (1)
  • Vera Cruz (1)
  • Taquara (2)
  • São Vendelino (1)
  • Três Coroas (3)
 
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Deslizamentos

 

Além das cheias, o Rio Grande do Sul está em risco de deslizamentos. O estado já registrou vítimas de soterramentos. O governador Eduardo Leite alertou para o perigo em regiões de relevo elevado, como a Serra e os vales dos rios Taquari e Caí.

"É também evitar estar em localidades, encostas de morros que estão com o solo encharcado e têm chance de deslizamento. Já são muitas pessoas vítimas por soterramento aqui no estado. Então, nestas cidades, também do Centro pra Serra, região dos vale, em cima da Serra, parte do Litoral, especial cuidado com encostas de morros", afirma Leite.
 
Registros de deslizamento de terra e casa soterrada em Roca Sales — Foto: Divulgação/Bombeiros Voluntários de Roca Sales

Registros de deslizamento de terra e casa soterrada em Roca Sales — Foto: Divulgação/Bombeiros Voluntários de Roca Sales

Causas dos temporais

 

Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.

A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.

A previsão é de que a condição se mantenha até o sábado (4) com acumulados que podem chegar até 400 milímetros. O volume deve se somar aos mais de 300 milímetros de chuva registrados nos últimos 4 dias.

*G1