Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
Roraima é o Estado com o maior número de focos de incêndio no Brasil em 2024. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), já foram 4.055 queimadas detectadas por satélites na região, que enfrenta uma seca histórica, até as 18h30 deste sábado (30.mar.2024).
A alta de queimadas no 1º trimestre deste ano caminha para que 2024 se torne o pior da série histórica no Estado, podendo superar o recorde de 4.784 focos em 2019.
Só neste ano, Roraima concentrou 40% de todos os focos do Brasil. Ao Poder360, a diretora do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), Ane Alencar, disse que Roraima enfrenta uma seca histórica neste ano, estendida desde 2023 e que atingiu toda a região Norte do Brasil.
Um dos fatores de maior contribuição com a seca é a força com que o fenômeno climático El Niño atingiu o continente. As previsões indicam que ele deve continuar ativo até, pelo menos, maio de 2024. Depois, ele deve perder força.
Em março, apenas 1 dos 15 municípios de Roraima não decretaram situação de emergência em decorrência da seca e das queimadas. O último decreto do governador Antonio Denarium (Progressistas-RR) é de 25 de março e estabelece a contratação de pessoal e obras para mitigar os efeitos da seca.
Ane Alencar afirmou que a destinação de recursos para mitigar os efeitos climáticos são cruciais, mas que devem ser principalmente preventivos. Especialmente em localidades onde os recursos são limitados.
“O Prevfogo/Ibama, o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade], os bombeiros, a defesa civil não conseguem ser suficientes em um cenário onde todo mundo e tudo está queimando em um país do tamanho do Brasil”, declarou a especialista em fogo na amazônia e no cerrado.
O 2º Estado com o maior número de focos de incêndio em 2024, Mato Grosso, desponta com cerca de 900 casos a menos do que Roraima– 3.147 pontos. O Estado abarca os biomas amazônico, cerrado e pantanal.
Em novembro de 2023, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul decretaram situação de emergência em decorrência das queimadas. Estipula-se que o fogo tenha devastado mais de 50 mil hectares do pantanal, que teve o pior novembro da série histórica– 4.134 focos de incêndios segundo dados do Inpe.
O Pará é 3º Estado com mais casos, com 991 focos. Apesar de ser 4 vezes menor do que os casos em Roraima, a média estadual do Pará é mais do que o dobro do Estado vizinho. Segundo Ane Alencar, muitas áreas do Pará ainda estão com período seco. “Eu diria que quanto mais seco e menos ocorrência de chuva continua, há oportunidade para o fogo ocorrer”, declarou.