Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Os temporais e cheias que deixaram 163 mortos no Rio Grande do Sul agora colocam o estado sob alerta em razão da leptospirose. Até este sábado (25), a Secretaria Estadual da Saúdes (SES) havia registrado 800 casos suspeitos da doença desde o início do desastre.
A leptospirose é transmitida pela água suja, contaminada pela urina de ratos. O risco da doença foi potencializado pelas inundações que ocorrem no estado desde o fim de abril.
Segundo a Secretaria de Saúde, são 54 casos confirmados e quatro mortes identificadas. As vítimas que morreram são:
Ainda há outros quatro óbitos sendo investigados no estado, em Encantado, Sapucaia do Sul, Viamão e Tramandaí.
Os exames que confirmam ou não os casos de leptospirose são feitos pelo Laboratório Central (Lacen) do RS.
Os especialistas dispõem de dois diagnósticos: o de biologia molecular (RT-PCR), para casos suspeitos nos primeiros sete dias de sintomas, e o diagnóstico sorológico, que detecta o anticorpo produzido pelo organismo do paciente após sete dias de sintomas.
"A realização dos exames está disponível para todos os casos considerados suspeitos e que tiveram exposição à enchente, e de forma gratuita", afirma a chefe do Lacen, Loeci Natalina Timm.
A leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans. Ela é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente roedores.
Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas pode se infectar.
A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.
Embora, na maioria das vezes, a leptospirose seja assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.
O tratamento da doença é feito com o uso de antibióticos, devendo ser iniciado no momento da suspeita por parte de um profissional de saúde.
Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial. Por outro lado, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata para evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada.
Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas a eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.
Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água.
Outras medidas de prevenção são:
As medidas acima ajudam a evitar a presença de roedores. Além disso, a luz solar também ajuda a matar a bactéria que provoca a leptospirose.
*G1