Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
O número de mortos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 83, de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil na tarde desta segunda-feira (6). São investigadas outras 4 mortes. Além disso, há 111 desaparecidos e 291 pessoas feridas.
Conforme o levantamento da Defesa Civil, são 149,3 mil pessoas fora de casa, sendo 20 mil em abrigos e 129,2 mil desalojadas (nas casas de familiares ou amigos). Ao todo, 364 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 873 mil pessoas.
O aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está fechado por tempo indeterminado. Imagens mostram áreas alagadas no local.
Aeroporto Salgado Filhado alagado — Foto: Fraport
A previsão de chuva para a partir da metade desta semana em áreas já castigadas por temporais volta a deixar o estado em alerta.
Imagens feitas pelo satélite Amazônia 1, operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e obtidas com exclusividade pelo g1 mostram uma visão em escala do antes e depois da maior tragédia do Rio Grande do Sul.
"Agora chego aqui e não sei se tenho mais casa. Eu saí só com a roupa do meu filho", diz Tatiane, uma das centenas de vítimas das enchentes que assolam o Rio Grande do Sul desde a semana passada. "A gente nunca viu nada assim. Via alagar, mas a água evacuava. Agora a água está cobrindo casas", completa. Leia relatos de vítimas das cheias no estado.
Nesta segunda-feira (6), há bloqueios em 102 pontos de rodovias estaduais (veja quais) e 61 de rodovias federais (veja lista), totalizando 163 interrupções no trânsito. São 18 pontos interrompidos na BR-116, em cidades da Serra, da Região Metropolitana e do Vale do Sinos.
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, está quase 2,30 metros acima da cota de inundação. Em medição realizada às 5h15 desta segunda-feira (6), o patamar estava em 5,26 metros. O limite para inundação é de 3 metros.
O governo decretou estado de calamidade, situação que foi reconhecida pelo governo federal. Com isso, o estado fica apto a solicitar recursos federais para ações de defesa civil, como assistência humanitária, reconstrução de infraestruturas e restabelecimento de serviços essenciais.
A Defesa Civil colocou a maior parte das bacias hidrográficas do estado com risco de elevação das águas acima da cota de inundação.
Os meteorologistas afirmam que os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul são reflexo de, ao menos, três fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas. Nas próximas 24 horas, há previsão de mais chuva.
A tragédia no estado está associada a correntes intensas de vento, a um corredor de umidade vindo da Amazônia, aumentando a força da chuva, e a um bloqueio atmosférico, devido às ondas de calor.
*G1