Domingo, 24 de novembro de 2024
Domingo, 24 de novembro de 2024
Em meio à estiagem, calor extremo e incêndios que causaram transtornos e medo a moradores do interior de São Paulo, o estado registrou entre quinta-feira (22) e sexta-feira (23) 2.316 focos de fogo, número quase 7 vezes maior do que o registrado em todo o mês de agosto do ano passado, quando foram contabilizados 352 incidentes.
Os registros, segundo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), colocam São Paulo no topo da lista de incêndios do país no fim desta semana (veja no mapa abaixo), inclusive à frente de estados da Amazônia Legal, que enfrentam uma temporada recorde de queimadas - com fumaça chegando a 10 estados, incluindo São Paulo e até o Rio Grande do Sul.
Os números são do Programa BDQueimadas, mantido pelo Inpe, com base em satélites de referência, ou seja, utilizados para a obtenção dos dados que compõem a série histórica e permitem o comparativo entre diferentes períodos.
Uma série de ocorrências, sobretudo envolvendo canaviais em chamas e a morte de dois trabalhadores que tentavam combater o fogo nesta sexta em Urupês, levaram o Governo do Estado a criar um gabinete de crise para discutir soluções ao problema.
Os incêndios se concentram principalmente em municípios da região de Ribeirão Preto (SP), de São José do Rio Preto (SP), de Presidente Prudente (SP), São Carlos (SP) e Bauru (SP).
No topo da lista do Inpe aparecem as cidades de Pitangueiras (SP), Altinópolis (SP) e Sertãozinho (SP), que juntas somam 203 focos. Pontes Geral (SP), Urupês (SP), Salmourão (SP) e Pontal (SP) aparecem na sequência com mais 165 casos. Ribeirão Preto (SP) consta entre as 20 cidades com mais ocorrências do estado, com 32.
Desde quinta-feira (22), uma série de incêndios em vegetação no interior de São Paulo tem causado transtornos em diversas cidades.
O tempo seco e os ventos de pré-frontais favorecem a propagação de incêndios que atingem todo o estado de São Paulo e o fenômeno é conhecido como 'plumas de fumaça', ou seja, grandes nuvens de fumaça provocadas por queimadas capazes até de encobrir o sol.
Em Urupês, dois funcionários de uma usina morreram enquanto tentavam combater um incêndio. As vítimas, de 30 e 48 anos, são moradores de Irapuã e José Bonifácio (SP), respectivamente.
Funcionários de usina morrem tentando apagar incêndio em Urupês (SP) — Foto: Reprodução / WhatsApp
Em Sertãozinho, outra usina precisou ser evacuada devido à propagação das chamas às margens da Rodovia Armando de Sales Oliveira (SP-322).
Um engavetamento envolvendo sete veículos deixou dois feridos na quinta-feira (22) na Rodovia Brigadeiro Faria Lima, em Pitangueiras. Além disso, houve interdições totais em diferentes rodovias.
Já em Piracicaba (SP), um avião precisou ser acionado para combater as chamas de um incêndio que já dura seis dias -- desde o domingo (19). O local afetado é uma área próxima da Estação Ecológica de Ibicatu. A umidade do ar na região chegou a 15% e há alerta vermelho para uma nova onda de calor.
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Em Iracemápolis (SP), a cortina de fumaça proveniente de um incêndio em uma mata às margens da Rodovia Dr. João Mendes da Silva Junior invadiu a pista. Essa é a terceira ocorrência de queimada na área da usina em dois dias.
Segundo o estado, 30 cidades estão em alerta máximo para grandes queimadas e devem ter a atenção redobrada. São elas:
O governo também informou que incêndios florestais podem atingir grandes áreas de vegetação natural e, por conta das rajadas de vento, o fogo pode se alastrar rapidamente.
O gabinete confirmou ainda uma ação de monitoramento e controle que conta com técnicos da Defesa Civil do Estado e das secretarias da Segurança Pública (SSP), Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
Imagem de satélite mostra avanço da coluna de fumaça sobre o estado de São Paulo — Foto: CPTEC/INPE
Fogo na região de Pitangueiras, SP, atinge grandes proporções — Foto: Reprodução/EPTV
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