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'Enem dos concursos': qual bloco temático escolher? Vale a pena selecionar vários cargos?

'Enem dos concursos': qual bloco temático escolher? Vale a pena selecionar vários cargos?

(Imagem: Windows/Unsplash)

As inscrições para o “Enem dos concursos” estão abertas e já trouxeram consigo o primeiro desafio dos candidatos: qual bloco temático escolher?

O Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) tem oito editais diferentes, um para cada bloco temático (área de atuação), e só é possível se inscrever em um.

As provas de todos os blocos serão realizadas no dia 5 de maio, nos mesmos horários. E as inscrições terminam na próxima sexta-feira (9).

As 6.640 vagas do concurso estão distribuídas nas oito áreas. Dentro delas, o participante poderá concorrer a quantos cargos quiser, em diversos órgãos federais, pagando uma única taxa de inscrição (veja o passo a passo).

A ideia do governo é ampliar a possibilidade de escolha de acordo com a vocação e o perfil profissional de cada candidato, não levando em conta somente a sua formação.

Para especialistas, essa dinâmica vai influenciar diretamente nas chances de aprovação dos candidatos.

Veja abaixo quais critérios levar em consideração na hora da escolha do bloco e dos cargos, com base:

  • na sua formação e especialidade;
  • no salário, número de vagas e local de exercício;
  • no peso das disciplinas.
 

Em seguida, entenda como vai funcionar a aprovação em relação às preferências do candidato.

Como escolher o bloco e o(s) cargo(s)?

 

Na hora da inscrição, o candidato deverá optar por um bloco temático e selecionar os seus cargos de interesse dentro dele, colocando-os em ordem de preferência. Tudo isso pode ser alterado por quem já se inscreveu até o dia 9 de fevereiro, no site de inscrição.

Há cargos que exigem formação específica e muitos outros nos quais podem se inscrever pessoas graduadas em qualquer área de conhecimento.

Assim, para além da formação e especialidade, as pessoas precisam analisar outros critérios na hora de escolha, como quantidade de vagas e salários, explica Victor Dalton, fundador do Direção Concursos.

Os oito blocos são:

  1. Infraestrutura, Exatas e Engenharias;
  2. Tecnologia, Dados e Informação;
  3. Ambiental, Agrário e Biológicas;
  4. Trabalho e Saúde do Servidor;
  5. Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos;
  6. Setores Econômicos e Regulação;
  7. Gestão Governamental e Administração Pública;
  8. Nível Intermediário.
 

POR FORMAÇÃO E ESPECIALIDADE - As opções 1, 2 e 3 exigem graduações mais específicas. A primeira é para quem é formado principalmente na área de exatas; a segunda, em tecnologia; e, a terceira, em ciências biológicas e ambientais.

"Nesses casos, as escolhas são mais óbvias. O engenheiro, por exemplo, tem uma prova que é super voltada para engenharia. O salário é interessante, a quantidade de vagas é interessante, então ele vai acabar correndo para ali", afirma Dalton.

Já na situação de quem tem um diploma mais genérico, que é exigido em poucos cargos ou mesmo em nenhum deles, pode ser interessante optar por um bloco com mais vagas que não precisam de formação específica, como o 5 e o 7.

"Para essas pessoas, a escolha está realmente recaindo para uma estratégia de teoria dos jogos ali. Ela vai pensar: 'Pera aí, onde é que tem muita vaga com o salário com o qual eu me interessei?'", analisa o professor.

Por fim, candidatos que não têm ensino superior só podem optar pelo bloco 8, com vagas de nível médio e que, em alguns casos, exigem cursos técnicos específicos.

É possível verificar os requisitos necessários para concorrer a cada cargo nos editais. Os documentos comprobatórios serão exigidos no momento da posse.

 POR SALÁRIO, NÚMERO DE VAGAS E LOCAL DE EXERCÍCIO - Os candidatos mais experientes, de acordo com Dalton, provavelmente vão buscar os blocos 4 e 6, que têm carreiras com remunerações mais altas.

“Quem está começando não quer disputar com os mais experientes e, como eles estarão nos blocos 4 e 6, e os outros blocos exigem diplomas mais específicos, os iniciantes vão acabar tendendo para o 5 e 7”, afirma.
 

Após a escolha do bloco, uma dica do professor para selecionar os cargos é verificar a quantidade de vagas, salários e cidade de atuação. Todas essas informações também estão disponíveis nos editais.

“A não ser que ele tenha o sonho de trabalhar em um órgão específico, vale colocar a ordem de prioridade em função da remuneração”, opina.

 PELO PESO DAS DISCIPLINAS - Para o especialista de aprendizagem Eduardo Cambuy, uma das principais questões que devem nortear a escolha dos cargos é o peso das disciplinas, que estão distribuídas em eixos temáticos para compor as notas das provas (entenda mais abaixo).

Isso porque, apesar de ser uma mesma prova para todos os cargos dentro do bloco, os pesos de cada eixo temático são diferentes e deverão guiar, de forma distinta, as prioridades de estudo de cada candidato, afirma o especialista da Gran Cursos Online.

Ao g1, o professor explicou que, provavelmente, o candidato vai dar prioridade para estudar os temas de maior peso do cargo da sua primeira opção, mas esse conteúdo pode ser exatamente o contrário do que ele precisaria ler para passar em outra vaga, como segunda opção.

No bloco 7, por exemplo, os cargos de analista técnico-administrativo do Ministério da Cultura e do Ministério da Justiça não exigem formação específica e têm o mesmo salário.

No entanto, para as vagas do Ministério da Cultura, o eixo de maior peso é o 1, que tem disciplinas relacionadas à gestão governamental e governança pública; enquanto para as do Ministério da Justiça, as matérias de noções de estatística e administração financeira vão pesar mais na nota da prova.

“Então, o candidato pode se inscrever para vários cargos, mas, em termos de competitividade, vai competir só para um”, opina Cambuy.

“Você pode até querer muito um cargo, mas, se o eixo de maior peso para ele tem matérias que você nunca viu, é muito arriscado. Temos menos de 4 meses para a prova e o candidato vai ter que ver o que ele consegue vencer até o dia", completa.

Para Victor Dalton, do Direção Concursos, mesmo com as diferenças nos pesos das disciplinas, se inscrever para vários cargos é uma boa ideia, já que aumenta as chances de aprovação. E a estratégia é estudar com qualidade todos os eixos.

“Pode ser que o candidato vá melhor em um eixo e seja direcionado para um determinado cargo entre as opções que ele colocou", diz.

"Agora, modificar o estudo em função dos pesos dos eixos só vale se ele estiver muito focado em um cargo só."
 

Segundo Cambuy, outro ponto a ser levado em consideração é que algumas carreiras exigem avaliação de títulos. Nesses casos, diplomas de pós-graduação, mestrado e doutorado vão compor a nota final do candidato.

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Saiba mais

Preferências X aprovação

 

Por causa dos pesos dos eixos temáticos, na mesma prova, o candidato vai ter notas diferentes para cada carreira selecionada.

E são essas notas que vão definir se ele foi aprovado dentro do número de vagas disponíveis nos cargos escolhidos. Vai funcionar assim:

  • Se o candidato for aprovado na sua primeira opção, ele terá que assumir essa carreira, mesmo que também tenha sido classificado nos demais cargos escolhidos.
  • Já se ele for aprovado dentro do número de vagas imediatas somente em sua terceira opção, por exemplo, poderá assumir esse cargo, mas seguirá na lista de espera da primeira e segunda.
  • Se não tiver sido aprovado dentro do número de vagas em nenhum cargo selecionado, o candidato vai constar na lista de espera de todos eles, desde que não tenha sido reprovado e esteja dentro dos limites de classificados dessas carreiras.
 

A lista de espera do concurso unificado terá o dobro do número de vagas imediatas de cada bloco.

O governo também poderá utilizar essas listas para contratar servidores em cargos temporários. Nesse caso, o candidato poderá assumir a vaga e seguirá na lista de espera para o principal posto desejado.

*G1