Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
Terça-Feira, 26 de novembro de 2024
A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais registrou queda real (após descontada a inflação) de 3,4% em junho deste ano, para R$ 180,47 bilhões. A informação foi divulgada nesta terça-feira (25) pela Secretaria da Receita Federal.
Foi a segunda queda mensal da arrecadação neste ano. Em março, o montante já havia recuado 0,42% em termos reais.
Na parcial do primeiro semestre deste ano, a arrecadação de tributos federais totalizou R$ 1,14 trilhão. Com valores corrigidos pela inflação, somou R$ 1,15 trilhão, com crescimento real de 0,31%.
Apesar de ainda ser recorde histórico nos seis primeiros meses deste ano, houve forte desaceleração no ritmo de crescimento na comparação com o mesmo período do ano passado – quando a arrecadação teve alta real de 17,96%.
De acordo com a Receita Federal, o resultado da arrecadação foi influenciado por alterações na legislação tributária e por pagamentos atípicos, tanto em 2022 quanto em 2023.
Os número foram divulgados em um momento de discussão pelo Congresso Nacional do arcabouço fiscal, a nova regra para as contas públicas – que vem para substituir o teto de gastos (mecanismo vigente que limita a maior parte da arrecadação à inflação do ano anterior).
O arcabouço fiscal foi aprovado pelo plenário do Senado no mês passado, mas, como foi alterado pelos senadores, nova análise precisa ser feita pela Câmara dos Deputados.
A regra do arcabouço fiscal depende do crescimento da arrecadação. Levantamento feito por economistas da corretora Warren Rena indica a necessidade de ao menos R$ 254 bilhões de aumento de receitas, até 2026, para atingir o piso das metas de resultado primário do arcabouço fiscal apresentado pela equipe econômica.
Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que é preciso ampliar a receita do governo em um montante entre R$ 110 bilhões e R$ 150 bilhões para zerar o rombo nas contas do governo, objetivo da equipe econômica para o próximo ano.
Desde então, vem trabalhando em medidas para aumentar a arrecadação. A principal delas está relacionada com uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que definiu em abril que devem incidir impostos sobre determinados incentivos fiscais dados por estados a empresas e deu ganho de causa ao governo federal.
A área econômica tem informado que também vai buscar elevar a arrecadação com outras medidas, que ainda serão apresentadas ao Legislativo, como o fim dos juros sobre capital próprio e por meio da taxação de fundos exclusivos.
*G1