Domingo, 24 de novembro de 2024
Domingo, 24 de novembro de 2024
Os diretores do BC (Banco Central) se reúnem nesta terça-feira (20) para definir o futuro da política monetária nacional. Com a taxa básica de juros em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado, todas as expectativas indicam que o encontro vai terminar com a primeira sinalização de corte da Selic.
Conforme as previsões, a taxa Selic ainda seguirá inalterada, mas o comunicado emitido após o encontro indicará para uma leve queda dos juros no mês de agosto. Há uma semana, a aposta era de que o corte só ocorreria em setembro.
O último recuo da Selic ocorreu em agosto de 2020, quando a taxa passou de 2,25% ao ano para 2% ao ano, o menor patamar da história. O nível persistiu até março de 2021, quando a alta da inflação resultou em 12 altas consecutivas dos juros básicos até o atual patamar, o maior nível dos últimos seis anos.
Após a primeira baixa, os analistas preveem que haverá novos recuos nos meses de setembro (0,25 p.p.), novembro (0,5 p.p.) e dezembro (0,5 p.p.), movimento que, se confirmado, levará a Selic para 12,25% ao ano na entrada de 2024.
Nesta terça, o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos, e os oito diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro.
Amanhã (22), o Copom (Comitê de Política Monetária) projeta as possibilidades futuras e define a nova Selic. A decisão a respeito dos novos juros será anunciada após as 18h, e ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.
A manutenção dos juros no maior nível dos últimos seis anos é alvo de críticas de toda a equipe econômica do governo federal. Na semana passada, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que o Executivo tem feito seu papel. Segundo ela, já existem condições para um corte da taxa básica no encontro marcado para o mês de agosto.
"Estamos dando todos os elementos e condições para que o BC e o Copom possam começar a olhar com carinho, mostrar uma tendência de queda dos juros já a partir de agora, prevendo uma queda de juros em agosto", disse, após reunião do Conselhão.
As perspectivas de queda levam em conta o recente arrefecimento da inflação, que subiu em ritmo menor nos últimos três meses, e o avanço no Congresso Nacional da tramitação das novas regras fiscais apresentadas pelo governo.
As avaliações consideram que a Selic é a principal ferramenta monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.
A taxa básica é a mais baixa da economia e funciona como piso para os demais juros cobrados no mercado. Ela é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e o repassar para empresas ou consumidores, em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram em contratos de crédito são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também é o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
*R7