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Terça-Feira, 22 de outubro de 2024

Economia

Brasil diminuiu gastos com importação de alimentos nos últimos 34 anos, diz Ipea

Brasil diminuiu gastos com importação de alimentos nos últimos 34 anos, diz Ipea

(Imagem: Marcello Camargo/Agência Brasil)

A participação dos itens alimentares entre os produtos importados brasileiros caiu sete pontos percentuais quando comparados os períodos de 1989 a 1994 e 2014 a 2022. É o que mostra o estudo “Saldo agropecuário brasileiro de 1989 a 2022: mudança de perfil e cenário global” publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). No primeiro período, o gasto com alimentos comprados do exterior representava 12% das divisas gerais do país. Já no segundo, o índice caiu para 5%.

Os principais responsáveis por esse resultado foram carnes e miudezas; malte, amidos e féculas; e algodão. As duas últimas categorias com quedas mais expressivas, aponta o texto. O algodão, por exemplo, saiu de uma participação de 11% nas importações para 0,30%. No grupo do malte, amidos e féculas a queda foi de 22,42% para 6,84%. Entre as carnes o decréscimo foi menor, de 7,38% para 3,3%.

Esses produtos contribuíram para o forte resultado superavitário do agronegócio brasileiro nos últimos 34 anos. Segundo o trabalho, o setor foi responsável pelo superávit da balança comercial do país nos 15 anos decorridos entre 2008 e 2022. Nesse período, o saldo não agropecuário — isto é, os diferentes tipos de indústria, mineração e comércio exterior — foi sempre negativo para o Brasil. Dessa forma, a pesquisa aponta que os saldos comerciais positivos observados a partir de então foram possíveis devido aos superávits comerciais agropecuários.

“Esses superávits comerciais do setor são importantes para a estabilidade macroeconômica brasileira, em particular nos anos de baixo crescimento econômico, por conta da compensação da balança comercial brasileira não agropecuária”, destaca o documento. Em 2022, os produtos agropecuários alcançaram 42% das divisas comerciais em dólar obtidas pelas exportações brasileiras.

O texto ainda conclui que poucos países ou regiões continuarão a dominar a produção pecuária mundial. São eles: China, Índia, Brasil, Estados Unidos e União Europeia. O documento aponta também alguns países ou regiões cujos mercados estão relacionados aos interesses brasileiros:

  • China (soja em grão, cevada, milho, algodão, carne bovina, carne suína e carne de frango),
  • México (milho, carnes suína e de frango),
  • União Europeia (soja em grão, farelo de soja, carne bovina e carne de frango),
  • Índia (óleo de soja),
  • Oriente Médio (cereais, carne bovina e carne de frango),
  • norte da África (cereais e óleo de soja)
  • Estados Unidos (carne bovina),
  • Turquia (algodão),
  • África subsaariana (cereais e carne de frango),
  • América do Sul (óleo de soja),
  • América Central (carne de frango).

*R7