Sábado, 23 de novembro de 2024
Sábado, 23 de novembro de 2024
O petróleo opera em alta nesta 6ª feira (13.out.2023) no mercado internacional diante do agravamento da guerra entre Israel e o Hamas. A cotação do barril tipo brent, referência no mercado global, chegou a atingir US$ 89,96 (R$ 454,41) por volta das 9h50, uma alta de 4,6%
O mercado está precificando o risco de que o conflito se alastre pelo Oriente Médio, onde estão alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo, como Arábia Saudita e Irã. O temor é que haja desabastecimento global.
Desde o início do conflito, com os ataques do Hamas a Israel, o petróleo Brent acumula uma valorização de 6,3%. Em 6 de outubro, a cotação estava em US$ 84,58.
O petróleo tipo WTI (West Texas Intermediate), que é a referência no mercado dos Estados Unidos, também subia 4,6% por volta das 10 horas desta 6ª feira (13.out), a US$ 86,6 o barril.
Há uma temor de que o Irã entre na guerra. Além de um arsenal militar robusto, um envolvimento do país teria impactos econômicos globais, em especial por causa da maior vantagem geopolítica do país: o controle do estreito de Ormuz, por onde passa 30% do petróleo global.
Segundo projeção do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), se o estreito de Ormuz for fechado, o preço do barril pode disparar para até US$ 110, numa estimativa inicial. O estreito é a única ligação do golfo Pérsico com o mar Arábico e também é importante para o transporte de GNL (Gás Natural Liquefeito) do Qatar.
As altas do petróleo pressionam os preços dos derivados, como a gasolina e o diesel. No Brasil, a Petrobras anunciou em maio o “abrasileiramento” nos preços com uma nova política para determinar os valores. No entanto, dentre as várias consideradas no modelo, a cotação do petróleo continua sendo observada.
De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), há uma defasagem dos preços praticados atualmente pela estatal em relação ao mercado internacional que pode aumentar se o barril continuar em ascensão.
Nesta 6ª feira (13.out), o óleo diesel vendido pela Petrobras nas refinarias está com valores médios 12% abaixo do PPI (Preço de Paridade de Importação). Já o preço da gasolina está defasado em 4%. Eis a íntegra do relatório (PDF – 773 kB).
ENTENDA O CONFLITO
Embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e judeus se arrasta por décadas. Os 2 grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza.
O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.
A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), Guerra dos 6 Dias (1967), 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000). Entenda mais aqui.
Os atritos na região começaram depois que a ONU (Organização das Nações Unidas) fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, árabes recusaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.
ATAQUE A ISRAEL
O Hamas, grupo radical islâmico de orientação sunita, realizou um ataque surpresa a Israel no sábado (7.out). Israel declarou guerra contra o Hamas e começou uma série de ações de retaliação na Faixa de Gaza, território palestino que faz fronteira com Israel e é governado pelo Hamas.
Os ataques do Hamas se concentram, até esta 5ª (12.out), ao sul e ao centro de Israel. Caso o Hezbollah faça novas investidas na fronteira com o Líbano, um novo foco de combate pode se estabelecer ao norte de Israel.
O tenente-coronel israelense Richard Hecht afirmou que o país “olha para o Norte” e que espera que o Hezbollah “não cometa o erro de se juntar [ao Hamas]”.
Saiba mais sobre a guerra em Israel: