Segunda-Feira, 11 de novembro de 2024
Segunda-Feira, 11 de novembro de 2024
O petista deu a declaração durante um fórum, realizado pelo governo com investidores, dias depois de colocar em dúvida o cumprimento pelo governo da meta de zerar o déficit fiscal em 2024. A fala do presidente sobre a dificuldade para fechar o rombo das contas públicas gerou críticas de políticos e apreensão no mercado financeiro.
No evento, que ocorreu no Palácio do Itamaraty, Lula também externou a vontade de alcançar US$ 1 trilhão em comércio exterior.
"Que a gente possa chegar, ao invés de 600 e poucos bilhões de dólares de comercio exterior, por que a gente não estabelece meta de chegar a 1 trilhão de dólares de comércio exterior e vamos buscar isso?", indagou.
No pronunciamento diante de investidores, Lula afirmou também que “não é necessário diminuir o estado para valorizar a iniciativa privada” e que, em seu governo, os ativos públicos não serão vendidos, mas sim aprimorados.
A meta de zerar o rombo nas contas públicas em 2024 está no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) — enviado pelo governo ao Congresso Nacional em abril.
A mudança da meta fiscal é defendida por parte do governo para evitar que o bloqueio de recursos no começo do próximo ano.
Lula afirmou, no fim de setembro, que não deseja retirar dinheiro de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e admitiu que "dificilmente" a meta proposta será cumprida em 2024 (relembre no vídeo acima).
O Planalto avalia no momento o impacto político da mudança da meta, já que o ministro da Fazenda, Fernanda Haddad, defende o déficit zero.
Na segunda-feira (6), após reunião com Lula, o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que o governo federal não enviará uma mensagem modificativa para mudar a meta fiscal prevista no projeto da LDO.
O governo tem a prerrogativa de enviar uma mensagem modificando o texto já em tramitação no Congresso Nacional até a votação do relatório preliminar do PLDO na Comissão Mista de Orçamento (CMO), formada por deputados e senadores.
Nos bastidores, segundo o blog do jornalista Gerson Camarotti, o Planalto negocia que um parlamentar aliado apresenta uma emenda ao projeto com a mudança na meta. Outra possibilidade é o relator do projeto na CMO, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), mudar o texto enviado pelo governo.
No discurso, no Itamaraty nesta terça, Lula também falou sobre a necessidade de aliar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental. O petista afirmou que a crise climática não “é mais loucura de professor" universitário e de ambientalistas, e que o planeta está “dando um aviso” sobre o desequilíbrio ecológico.
“A questão do clima é muito séria e o planeta está dando um aviso: 'cuide de mim', 'não me destruam que vocês serão destruídos junto comigo'. É esse o recado que a gente está vendo nos ciclones, nos furacões, nas secas”, afirmou Lula.
O petista também defendeu o emprego de tecnologia na produção agropecuária como forma de amenizar os efeitos da atividade no meio ambiente.
“A gente tem que lembrar que a gente está produzindo muito mais em muito menos terra, nós não precisamos da mesma quantidade de terra para dobrar a produção”, afirmou.
*G1