Quinta-Feira, 09 de janeiro de 2025
Quinta-Feira, 09 de janeiro de 2025
A produção da indústria brasileira recuou 0,6% na passagem de outubro para novembro. Foi o segundo mês consecutivo de queda. Em outubro o setor já tinha caído 0,2%. No entanto, no conjunto dos 11 meses de 2024, a indústria acumula alta de 3,2% e, em 12 meses, expansão de 3%.
Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, a indústria brasileira se posiciona 1,8% do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 15,1% abaixo do ponto mais alto já registrado, em maio de 2011.
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, as perdas na indústria em outubro e novembro (acumulado de 0,8%) são, de certa forma, impacto de questões como desvalorização do real ante o dólar e aumento da taxa básica de juros da economia, a Selic.
“Não imagino que o aumento de juros já tenha um efeito direto, porque começou em setembro, mas claro que isso gera impacto na expectativa de consumidores e empresários”, avalia.
Outro fator que pode ter influenciado o recuo industrial é o aumento no preço dos alimentos, que tem o efeito de comprometer mais o orçamento das famílias e diminuir a busca por bens de consumo.
“Isso traz algum tipo de reflexo sobre a renda disponível das famílias, pode ter impacto sobre as decisões de consumo", diz.
Na comparação com novembro de 2023, foi registrada alta de 1,7% na produção industrial - sexta expansão consecutiva nesse tipo de comparação interanual.
Analisando o desempenho de outubro para novembro de 2024, o IBGE aponta que 19 dos 25 ramos industriais ficaram no campo negativo. “É um sinal amarelo importante”, adverte Macedo.
As atividades de maior influência negativa foram veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,5%), e coque (derivado do carvão), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,5%).
Macedo ressalta que a queda de dois dígitos na produção de veículos ainda mantém saldo positivo em relação ao fim de 2023.
“Isso não tira o comportamento que a atividade teve ao longo do ano. O patamar está 14,2% acima de 2023”.
O resultado entre meses seguidos, anunciado nesta quarta-feira (-0,6%), é o menor para um mês de novembro desde 2019, quando houve recuo de 2,3%.
*Agência Brasil