Domingo, 24 de novembro de 2024
Domingo, 24 de novembro de 2024
As alunas do Ensino de Jovens, Adultos e Idosos (Ejai) da Escola Municipal Paulo Bandeira, localizada no Benedito Bentes, estão participando de oficinas de artesanato sustentável. As aulas, que vão acontecer às quintas-feiras, são ministradas em parceria com o coletivo de Mulheres Pretas Periféricas do bairro. A iniciativa tem como foco ensinar uma habilidade que pode se transformar num novo negócio.
Na oficina, as estudantes trabalham com materiais que seriam descartados, como retalhos de pano, latas de sardinha e pedaços de lã. Elas transformam o que seria lixo em arte, que pode virar, posteriormente, uma renda para essas mulheres, como conta a presidente do coletivo, Erivânia Gato.
“Nosso coletivo tem como objetivo lutar pelas mulheres periféricas. Então, nós viemos com essa parceria com a escola Paulo Bandeira para fazer empreendedorismo com as mulheres, tirar do lixo e fazer o luxo. Nós fazemos artesanato sustentável, com todos os materiais descartáveis que existem, dando a possibilidade de elas terem uma fonte de renda e conquistarem sua autonomia financeira”, explicou.
Além da geração de renda, para Erivânia, as oficinas empoderam as participantes, para que elas possam ter seus próprios sonhos e melhorem de vida.
“A gente percebe que no começo das aulas, as mulheres estão muito fragilizadas e fazemos daquele espaço um lugar seguro para elas trocarem experiências e se ajudarem. Assim, elas lidam de forma diferente com o mundo”, disse.
A coordenadora pedagógica, Edja dos Santos, destacou como as oficinas foram pensadas para serem úteis à realidade das estudantes.
“Nós trabalhamos essas oficinas em parceria com o coletivo dentro do projeto de empreendedorismo da Ejai e queremos dar a essas alunas a possibilidade de adquirir novos conhecimentos. A partir das aulas, elas se tornam protagonistas da própria vida”, reforçou.
Uma das alunas participantes, Cícera da Silva, está começando a aprender artesanato nas aulas e conta como está empolgada. “Eu quero muito aprender a fazer os objetos de casa de boneca com os materiais. Quando eu era menor não tive oportunidade de ter esses brinquedos e agora posso aprender a fazer eles, é como voltar à infância. Eu posso fazer disso uma forma de ganhar um dinheiro a mais, porque elas ficam realmente muito lindas”, detalhou.
Outra aluna que também diz estar muito satisfeita com as aulas é Maria Feitosa, 51 anos. “Eu estou muito feliz de estar aprendendo. Eu amo participar dessas aulas, porque não estudei a vida inteira, e agora estou fazendo coisas que não imaginei que conseguiria. Eu quero muito aprender a fazer fuxico”, contou entusiasmada.
Produtos confeccionados pelas alunas. Fotos: Clara Canuto (estagiária)/Ascom Semed
*Secom Maceió