Adriane Galisteu exalta enredo da Portela contra o racismo: 'A gente aprende no Carnaval'

"Esse livro é uma bíblia. E vamos contar a força dessa mulher, o poder da mulher", comemora Galisteu em conversa com a Quem. O aclamado livro trata da história de uma africana idosa, cega e à beira da morte. Ao longo dos capítulos, que se passam durante sua travessia, são contadas as vivências dessa mulher -- que passam por mortes, estupros, violência e escravidão.

No enredo, que exalta fatos da história de pessoas negras no Brasil e na África, Galisteu conta que representa também estas mulheres. "Mesmo como pessoa branca, venho à frente da escola, apresentando todas... Não quero contar a minha fantasia, mas venho homenageando todas elas com os nomes delas", adianta.

"Por isso que este ano venho lá na frente. Acho que o meu lugar nessa escola é ajudar a aplaudir e a contar essa história. Mas não faço parte desse enredo. Faço parte só como mulher. Mas estou aqui para aprender e para ajudar a contar essa história", completa.

O livro, publicado em 2006, tem quase mil páginas e é uma referência para Galisteu. "É imenso e absolutamente bom de ler. O momento da fuga, por exemplo, é desesperador e a parte mais pesada. Ao mesmo tempo, é um livro que te enche de esperança. Você vai acompanhando aquilo e vai vivendo aquela mulher... Fico até arrepiada de lembrar, juro por Deus. É uma coisa que mexe muito com a gente", reflete.