O ator Caio Paduan, de 36 anos, mergulha no universo dos relacionamentos amorosos na comédia romântica Doce Traição, que estreia no próximo sábado (3), no Teatro Mooca, em São Paulo. Ao lado da atriz Priscila Sol, de 43, eles vivem o fim do casamento de Laura e Otávio.
Escrito nos anos 90 por Carlos Eduardo Novaes e dirigido por Carlinhos Machado, o espetáculo se passa numa única noite, na sala do apartamento do casal, que acabou de se mudar. Nesse cenário é discutida a independência do sexo em relação ao amor, com um final absolutamente surpreendente. Como o título sugere, a traição é o estopim para uma grande discussão de relação, que deixa no ar a dúvida: quem está traindo quem?
"A traição é a cereja podre desse bolo, mas a peça aborda poligamia, confiança, parceria, ou seja, uma divertida terapia teatral (risos). Ah, jamais contaria quem é que está mentindo, né? Venham assistir!", brinca o ator, que se relaciona com a jornalista Cris Dias, de 42, desde 2018.
Caio, aliás, tem opinião formada sobre a importância do sexo no casamento. Para ele, manter uma relação baseada apenas nas relações sexuais não vale a pena. "Um relacionamento nunca será só físico, só sexo, pelo menos não para mim… Isso é tesão! Uma relação exige uma conexão muito mais profunda, com sentimentos, reflexões, objetivos de vida, escuta, troca…", argumenta.
O ator também opina sobre a situação contrária, quando o sexo já não acontece e o casal continua junto. "Acredito que manter a chama acesa é primordial para um casal seguir junto, mas todos nós passamos por fases na vida e isso deve ser sempre levado em conta antes de tomar qualquer decisão, seja seguir ou não", explica.
Caio Paduan e Priscila Sol — Foto: Ronaldo Gutierrez/Divulgação
Mais que atual
Será que quem comete a traição de alguma forma também não se sente traído? Nesse contexto, a peça aborda poligamia, confiança e parceria em uma espécie de terapia teatral entre os atores e a plateia, que, de acordo com o ator, tem tudo para se identificar com as questões abordadas pelo casal Laura e Otávio.
"Acredito que essa discussão nunca foi tão atual, vide todo esse movimento em torno de assuntos como machismo, feminismo, monogamia, poligamia, trisal e afins... Penso que o acordado nunca sairá caro e é sobre isso que iremos falar na peça. O acordado não sai caro, mas, se quebrar o acordo, arque com as consequências de seus atos", expõe.
Na pele de Otávio, Caio interpreta um personagem heteronormativo, fruto de uma cultura machista. "Sou completamente diferente do Otávio, em 99%! Penso exatamente ao contrário dele! Mas, todos nós, homens, temos que ficar atentos a todo o tempo a esse 1% machista que herdamos de nossos pais, avôs, tios, amigos. Estou aproveitando para tentar reduzir ao máximo esse numero a 0 %! É urgente, pois esse assunto mata", afirma.
Caio Paduan e Cris Dias — Foto: Reprodução/Instagram