Fernanda Rodrigues fala sobre bem-estar e estreia como empreendedora fitness na Europa

O anúncio oficial da empreitada pegou muitos fãs de surpresa. Acostumada a vê-la no papel de atriz ou apresentadora, a notícia de que Fernanda liderará a expansão internacional de um conglomerado fitness provocou curiosidade.

Em entrevista exclusiva à revista ELA a artista compartilhou detalhes dessa nova fase profissional, falou sobre bem-estar, autocuidado, maternidade e como o empreendedorismo feminino tem sido mais do que uma escolha estratégica.

“Quero que as pessoas aqui vivam o que a gente vive lá no Brasil. Aquela energia da aula, as luzes, o suor, a sensação de superação. Isso é transformador”, afirma a atriz.

Ao contrário do que pode parecer, a decisão de investir no setor fitness não surgiu de uma análise fria de mercado. Foi, como Fernanda define, um movimento orgânico, nascido de uma experiência pessoal com os studios da Velocity.

“O universo do bem-estar entrou na minha vida de forma muito natural, como um reflexo de tudo o que acredito e que busco no dia a dia”, conta. “Sempre vi o cuidado com o corpo e a mente como uma base pra viver com mais equilíbrio e presença — principalmente depois que me tornei mãe. Então, empreender nesse setor não foi uma decisão ‘de mercado’, foi quase um chamado.”

A relação começou como cliente fiel. Durante a pandemia, ela encontrou na aula de bike indoor um momento de prazer e alívio. A prática virou rotina, virou assunto em entrevistas e até viralizou nas redes. “Eu amava fazer as aulas de bike na Velocity, estava fazendo quase todos os dias e falava disso em entrevistas, para amigas… E não era publi não, risos”, relembra.

A identificação foi tanta que, ao decidir se dividir entre o Brasil e Portugal — onde passa boa parte do tempo com a família —, Fernanda sentiu que poderia levar com ela mais do que malas. Levou a proposta para os executivos do grupo e hoje assume o desafio de estabelecer os studios em solo europeu.

A atriz estará à frente da atração de franqueados, captação de investidores e articulação de parcerias para a expansão do modelo de studios boutique, que une arquitetura sensorial, tecnologia, música e atividades físicas imersivas.

“Não tô largando a arte, mas o foco agora é esse. Empreender me dá o mesmo frio na barriga que entrar em cena”, diz.

Ao assumir um novo papel como empresária, Fernanda também fortalece sua relação com o autocuidado. Em um momento em que a vida corrida e os múltiplos papéis impostos às mulheres dificultam o tempo dedicado a si mesmas, ela se posiciona como exemplo de equilíbrio possível — mesmo com filhos, carreira e um negócio nas mãos.

“Eu tento manter tudo o mais equilibrado possível. Não sou radical com nada, mas sou muito fiel às pequenas rotinas que me fazem bem”, afirma. Meditação, pilates, alongamento, sol da manhã, boa alimentação, terapia e momentos de silêncio formam sua “caixinha de ferramentas” para manter o bem-estar.

E mesmo em meio a tantas possibilidades, sua grande paixão continua sendo a pedalada. “Pedalar é minha paixão mais avassaladora”, confessa. Mas ela também se declara fã do pilates — “porque trabalha o corpo de uma forma profunda e sutil” — e das aulas funcionais, que lhe dão mais energia e disposição. Quando o tempo permite, encaixa ainda uma yoga para desacelerar.

Fernanda fala com sinceridade sobre a jornada da autoestima — um processo que, para ela, segue em constante construção. “Durante muitos anos da minha carreira, senti muita pressão por padrões e comparações, principalmente começando tão nova”, lembra. “A maternidade foi um divisor de águas, me trouxe um amor tão genuíno, que também me ajudou a olhar pra mim com mais gentileza.”

Hoje, seu olhar sobre o corpo e o envelhecimento é mais afetuoso. Ela revela já ter feito procedimentos estéticos, mas sempre com bom senso e responsabilidade. “Acho que a estética pode ser uma aliada, desde que seja uma escolha consciente, e não uma obrigação imposta. Eu não me cobro como antes, e isso foi libertador.”

A vida de Fernanda também é atravessada pela maternidade. Mãe de dois filhos, ela reconhece que já sentiu culpa por dedicar tempo a si mesma, mas hoje compreende que esse cuidado é indispensável para estar inteira com os filhos.

“Quanto melhor eu estou comigo, mais presente e leve consigo ser com meus filhos. Não é egoísmo se cuidar — é necessário. Às vezes o ‘tempo pra mim’ é um banho mais demorado, uma caminhada ouvindo música ou até ficar 15 minutos em silêncio (risos). O segredo é se permitir, mesmo que em pequenas doses.”

No cotidiano, ela não abre mão dos pequenos rituais de beleza que a reconectam: limpar bem a pele, passar protetor solar, hidratar corpo e rosto, cuidar dos cabelos com calma. “Gosto de rituais simples, como passar um óleo com aroma gostoso no corpo, acender uma vela… essas pequenas coisas me reconectam”, descreve.

Para mulheres que ainda estão tentando encontrar um caminho possível de autocuidado em meio à rotina, Fernanda tem um conselho direto e acolhedor:

“Comece pequeno. Uma respiração profunda, um copo de água com calma, cinco minutinhos pra fechar os olhos. Se escute. O cuidado com a gente não precisa ser perfeito, nem caro, nem demorado. O importante é começar e entender que você merece esse carinho, sim. Todo dia, um pouquinho.”