Fernanda Torres diz que está 'presa' ao Globo de Ouro por conta de incêndios nos EUA

"Meu marido [o diretor Andrucha Waddington] entrou no quarto com o celular nas mãos, com o alarme tocando de que teríamos que evacuar. Fizemos as malas e não tive tempo de enviar o prêmio. E agora eu estou carregando ele comigo. E dá pra matar alguém com aquilo, e muito pesado", contou a atriz brasileira.

"Me instruíram a não colocar na mala, porque poderiam achar que é uma bomba. 'Leve em uma bagagem de mão'. Tive que ir pra Nova York e, claro, fui escolhida no aeroporto. Um homem do TSA [Transportation Security Administration, que garante a segurança no transporte dentro dos EUA] olhou e disse: 'o que você tem aqui?!'. 'Bom, é um Globo de Ouro'. 'Eu posso ver que é um Globo de Ouro. Pelo quê? Como você ganhou?!'. Eu venci Melhor Atriz de Drama'", contou Fernanda, que levou a plateia à loucura.

"'Parabéns!', disse ele. 'Eu já trabalhei na indústria [do cinema], mas tive que sair por conta da minha sanidade'. E ele escolheu ser um fiscal do TSA!", completou ela, arrancando mais risadas da plateia sobre a interação com o funcionário no aeroporto.

Sobre a repercussão de sua vitória no Globo de Ouro e uma das principais cotadas para ser indicada ao Oscar 2025, Fernanda brincou sobre a empolgação dos brasileiros: "estou com medo de voltar. Eu preciso descansar. Você é a última tarefa, porque se eu consegui vir aqui, eu consigo ir a qualquer lugar"

Fernanda não deixou de falar da reação, claro, da mãe, Fernanda Montenegro. "Minha mãe disse uma coisa linda a um jornalista: 'eu tenho 95 anos e vivi para ver isso'. É lindo. Mas ela tem 95 anos e está fazendo cinema, teatro. Ela é uma grande estrela e tem mais energia que eu!", explicou.

A atriz não deixou de exaltar Eunice Paiva, a personagem real interpretada por ela em Ainda Estou Aqui. "Tudo que aconteceu com este filme, até meu prêmio, acho que foi feito por essa mulher, chamada Eunice Paiva, que perdeu o marido durante a Guerra Fria, durante a ditadura no Brasil, em um período distópico, quando essa mulher se tornou uma viúva com cinco filhos. E a história é sobre o desaparecimento esse homem e como essa mulher, em um momento trágico, se reinventou", analisou Fernanda.