Para os momentos em que as personagens Ruth e Raquel contracenavam, foram pesquisadas diversas técnicas de duplicação de imagem, e a dublê Graziela di Laurentis também gravou as cenas de costas e perfil das irmãs.
RUTH E RAQUEL
Embora a torcida pelo final feliz de Ruth, a gêmea boa, fosse a predominante, Gloria Pires conta que o público gostava do jeito debochado de Raquel, a gêmea má. “A grande maioria amava a Ruth, pela ética e suavidade, mas a Raquel, com a sua ironia, se divertindo com as próprias vilanias, tinha também o seu público. Uma obra original da nossa talentosíssima Ivani Ribeiro, que se despediu da gente pouco mais de dois anos depois. A novela, dirigida magistralmente por Wolf Maya, Ignacio Coqueiro e Carlos Magalhães foi um fenômeno, fazia sucesso com todas as faixas etárias”, afirma a atriz. "Foi intenso! A resposta do público foi linda e fico feliz cada vez que ainda hoje citam as gêmeas", completa.
Gloria Pires como Ruth, a gêmea boa, em 'Mulheres de Areia' (Globo, 1993) — Foto: TV Globo
Gloria Pires como Raquel, a gêmea má em 'Mulheres de Areia' — Foto: TV Globo
VIDA FAMILIAR
Entre os desafios citados para o trabalho em Mulheres de Areia, Gloria cita que não foi simples conciliar a jornada materna e as gravações -- especialmente na locação da praia, onde ficava a fictícia cidade de Pontal D'Areia. As cenas eram gravadas em Tarituba, a quase três horas do Rio de Janeiro.
Na época, a atriz já era mãe de Cleo, com 8 anos, e de Anttónia, que tinha 4 meses e mamava no peito quando as gravações começaram. “Tinha que me desdobrar com aquela quantidade de texto, cuidar da Cleo, que tinha 8 para 9 anos, e eu fazia uma pequena mudança semanalmente, para gravar na locação, amparada por Antônio Padilha", diz a atriz, referindo-se a seu assistente pessoal, com quem convive há mais de 30 anos.
De acordo com Gloria, o apoio do marido, o músico Orlando Morais, com quem está desde 1988, foi essencial para que segurasse a barra. "Minha mãe faleceu no meio da novela, meu pai, que já estava com Parkinson há alguns anos, veio morar conosco”, diz.
Gloria Pires e Orlando Morais estão casados desde 1988 — Foto: Arquivo pessoal
CARREIRA DE GLORIA PIRES
Com 55 anos de carreira, Gloria -- que ingressou para o meio artístico ainda criança e completará 60 anos de idade em agosto -- tem uma série de trabalhos notáveis na teledramaturgia, como Dancin’ Days (Globo, 1978), Cabocla (Globo, 1979), Vale Tudo (Globo, 1988), Memorial de Maria Moura (Globo, 1994), Anjo Mau (Globo, 1997), Éramos Seis (Globo, 2019), entre outros. “Sou muito feliz pela história que eu construí ao longo desses anos e pelos encontros artísticos que aconteceram nesse caminho”, afirma.
Gloria Pires, como Zuca, a personagem de Cabocla (Globo, 1979) — Foto: TV Globo
Gloria Pires, como Maria de Fátima, em Vale Tudo (Globo, 1988) — Foto: TV Globo
Em 'Mulheres de Areia' (Globo, 1993), Gloria Pires fazia Ruth e Raquel, assim como Raquel se passando por Ruth e Ruth se passando por Raquel — Foto: TV Globo
Gloria Pires na minissérie 'Memorial de Maria Moura' (Globo, 1994) — Foto: TV Globo
A ambiciosa Nice (Gloria Pires) com o mecânico Julio (Luciano Szafir) em 'Anjo Mau' (Globo, 1993) — Foto: Reprodução/TV Globo
Gloria Pires, como Lola, em 'Éramos Seis' (Globo, 2019) — Foto: Divulgação/TV Globo