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Sexta-Feira, 22 de novembro de 2024

Entretenimento

Guilherme Fontes diz que é chamado de Alexandre nas ruas até hoje: 'Penso em dar uma festa de descarrego'

Guilherme Fontes diz que é chamado de Alexandre nas ruas até hoje: 'Penso em dar uma festa de descarrego'

(Imagem: Globoplay/ Reginaldo Teixeira)

Guilherme Fontes, 56 anos de idade, está de volta em dose dupla: na série Os Outros, na Globoplay, e na reprise de Mulheres de Areia (Globo, 1993), que entra na faixa Edição Especial, da TV Globo, a partir de 26 de junho. Na trama inédita, assinada por Lucas Paraizo, o ator vive Jorge, um empreiteiro que já foi preso e mora em um condomínio na Barra da Tijuca. Já no clássico folhetim de Ivani Ribeiro (1922-1995), ele vive o mocinho Marcos, alvo da disputa das gêmeas Ruth e Raquel (Gloria Pires).

O ator fala com carinho sobre a carreira e não se incomoda com as reprises de seus antigos sucessos. "Acho ótimo porque os mais jovens podem conhecer mais o meu trabalho. Dá um pouco de nervoso antes de uma reprise começar, mas acho o maior barato", afirma Guilherme, que recentemente também foi visto em O Rei do Gado (Globo, 1996), exibida no Vale a pena ver de novo e encerrada, com sucesso de público, em 2 de junho.

Afastado das novelas desde Órfãos da Terra (Globo, 2019), ele fica feliz ao escutar que marcou diferentes gerações -- seja como Alexandre, de A Viagem (Globo, 1994), ou como Tony, em Estrela Guia (Globo, 2001), quando formou par romântico com a cantora Sandy. O desejo do público para vê-lo novamente nos folhetins é compartilhado pelo ator. "Estou adorando voltar. Sinto que tenho a minha cobrança interior. O desejo de voltar é sempre maior em mim."

Quem: Mulheres de Areia voltará à programação da TV Globo. Gosta de rever antigos trabalhos? Guilherme Fontes: As minhas reprises não param. Mulheres de Areia já vai para a quinta vez de exibição. O Rei do Gado estava no ar recentemente também. Acho ótimo porque os mais jovens podem conhecer mais o meu trabalho. Dá um pouco de nervoso antes da reprise começar, mas acho o maior barato. Mulheres de Areia é um clássico.

Gloria Pires e Guilherme Fontes formaram o par romântico central de 'Mulheres de Areia' (Globo, 1993) — Foto: CEDOC/TV Globo

Gloria Pires e Guilherme Fontes formaram o par romântico central de 'Mulheres de Areia' (Globo, 1993) — Foto: CEDOC/TV Globo

Mulheres de Areia foi um sucesso, assim como A Viagem. Qual seu personagem mais lembrado? Os dois são lembrados, mas sou chamado de Alexandre nas ruas até hoje. Todo dia acontece. É terrível! Até penso em dar uma festa de descarrego para esses personagens que não me abandonam (risos). Eles não me largam. Inclusive, não duvido que A Viagem ganhe uma nova reprise em 2024, quando completará 30 anos.

Com tantas reprises, percebeu uma cobrança para retornar às séries e novelas? Estou adorando voltar. Sinto que tenho a minha cobrança interior. O desejo de voltar é sempre maior em mim. Meu personagem em Os Outros é um presente. Pude trabalhar com a Luisa (Lima, diretora) e o Lucas (Paraizo, autor) pela primeira vez, além de reencontrar maravilhosos colegas de elenco. Estamos em 2023 e conheci a Drica (Moraes) em 1983. São 40 anos de amizade e, agora, fazemos marido e mulher na ficção.

Guilherme Fontes e Gloria Pires — Foto: Divulgação/TV Globo e Reprodução/Instagram

Guilherme Fontes e Gloria Pires — Foto: Divulgação/TV Globo e Reprodução/Instagram

O que pode comentar sobre esta história? O Jorge, meu personagem, tem uma picardia que é uma crítica objetiva a um bando de gente fazendo merda. Sabe essa gente que vai se corrompendo e acha que está fazendo um bem para o país? O Brasil continua andando para trás. Esses caras continuam sendo ora presos, ora soltos. De uma forma ou de outra, tudo continua igual. E a trama de Os Outros me deixou encantado. É uma história contundente e é muito importante entendermos que os problemas não são os outros, somos nós. Nós, individualmente, criamos a maior parte das intolerâncias que temos no dia a dia. A síntese disso é a nossa vida dentro de um prédio, como a série mostra.

O prédio representa um microcosmo dos problemas sociais. Sim. Repare: toda vez que há uma campanha política, os candidatos falam que farão obras grandiosas, mas e a rua aqui do lado? Está esburacada há 40 anos e fica no bairro mais rico do Rio de Janeiro. Não estamos nem aí para o que está perto de nós. Quando o vizinho chega até trazendo um microproblema em seu microcosmo, a gente precisa entender. Quando recebemos uma intolerância, não podemos ser reativos. A intolerância não se combate com intolerância. O estado de alerta permanente faz com que as pessoas fiquem com o pavio curto. O que realmente importa é se a gente consegue evoluir.

Teve alguma inspiração ou referência para o personagem? A quantidade de empresário presos é tão grande que pude ter várias referências. É uma quantidade infinita. O caráter desse personagem está muito próximo do que a gente vê por aí. Vivemos cercados de gente com ideias fantásticas que resultam em grandes tragédias. Confesso que não fui muito difícil buscar referências.

Guilherme Fontes — Foto: Globoplay/ Reginaldo Teixeira

Guilherme Fontes — Foto: Globoplay/ Reginaldo Teixeira

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