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Sábado, 23 de novembro de 2024

Entretenimento

Linkin Park prova que voltou de verdade em 1º show em SP, com nova vocalista à altura do desafio

Linkin Park prova que voltou de verdade em 1º show em SP, com nova vocalista à altura do desafio

(Imagem: Reprodução/Multishow)

O Linkin Park está mesmo de volta. A banda americana realizou um show impecável nesta sexta-feira (15) em São Paulo – e, com uma nova vocalista que mostrou estar à altura de um desafio gigantesco, provou por que é uma das mais importantes do rock deste século.

Foram sete anos longe do país – e dos palcos, já que, em junho de 2017, o grupo encerrou as atividades por causa da morte trágica de Chester Bennington, aos 41 anos.

A partir desta sexta, os fãs brasileiros – pelo menos os 46 mil que estiveram no Allianz Parque lotado nesta primeira de duas apresentações em São Paulo (SP) – podem ficar aliviados.

Ao longo das duas horas do show, a cantora conquistou o público ao fazer dos clássicos da banda algo seu, sem qualquer espaço para imitações ou sequer comparações a Bennington.

Mais do que isso, a americana conseguiu a proeza de soar melhor ao vivo que no estúdio. E com muito espaço para crescer ainda no palco.

Ao mesmo tempo, os singles recentes, do disco lançado nesta mesma sexta-feira, provaram que o Linkin Park está mais vivo do que nunca – pelo menos de acordo com os fãs, que cantaram as quatro músicas praticamente do começo ao fim, como se fossem os sucessos das antigas.

Como foi o show

 

Com um atraso de apenas seis minutos, a banda sobe ao palco e já manda logo dois de seus maiores sucessos, "Somewhere I belong" e "Crawling" – uma espécie de declaração de intenções.

Sim, são sete anos longe do país e dos palcos. Sim, a maior parte dos seus hits tem mais de 20 anos. Mas o Linkin Park ainda está vivo.

Em apenas três músicas, a banda já emenda seu novíssimo single. "Two faced" pode ter sido lançada há poucos dias, tanto que faz sua estreia ao vivo nesta sexta, mas o refrão berrado e simples já havia conquistado os fãs.

Enquanto os dois vocalistas passeiam pela primeira vez pela passarela, ninguém diria que essa é a primeira passagem de Emily pelo Brasil com o grupo.

"Emptiness machine", primeiro single de "From Zero", já é recebido com mais energia. Difícil encontrar um verso que não tenha sido cantado junto pelo público.

Em "The catalyst", abertura do segundo ato da apresentação, a energia geral cai um pouco. O ritmo quase de culto empolga por um tempo, mas fica um pouco repetitivo.

A música de "A thousand suns" pelo menos oferece a primeira chance para o DJ, Joe Hahn, roubar a cena.

"Burn it down" recupera o clima, mas "Waiting for the end" segura um pouco novamente.

Depois de "Castle of glass", Hahn assume mais uma vez o solo – ou quase, porque o DJ continua no palco acompanhado do novo baterista.

Para o pequeno medley de "When they come for me" com "Remember the name", é a vez de Shinoda ficar sozinho com o baterista – um momento para mostrar seu projeto paralelo, Fort Minor.

A mais pesada do disco, "Casualty", não só mostra o peso da voz de Armstrong, como abre caminho para as rodinhas de "One Step Closer".

O terceiro ato é precedido de um intervalo um pouco mais longo que o necessário. No retorno, voltam apenas Armstrong e Shinoda, no teclado, para a balada de "Lost".

"Breaking the habit" é talvez a primeira (única?) a ganhar uma melodia mais suave na voz de Emily, que troca os gritos guturais da original por um refrão mais controlado. Bonito.

Mas o público não precisa se preocupar. Em "What I've done", ela volta a gritar com gosto – até para abafar um pouco os berros dos fãs, que cantam do começo ao fim.

Para compensar a demora no intervalo anterior, o quarto ato começa de forma quase imediata.

A sequência com "Leave out all the rest" passa uma sensação de que os créditos de um filme dos Transformers (ou de "Crepúsculo") deveriam começar a subir a qualquer momento.

Depois da balada de "My December", quando a energia baixa um pouco, Emily arrisca o primeiro "obrigado" em português.

Uma das poucas palavras da cantora em direção ao público anunciava uma sequência arrasadora.

"Over each other", a novidade com mais cara da nova vocalista; "Numb" faz todo mundo pular; "In the end" abre de vez as rodas; e "Faint" provoca barulheira e gritaria e cabeças batendo na melhor qualidade.

"Estamos tão felizes que vocês estão aqui, parte dessa jornada com a gente", diz Mike, em uma noite de poucas manifestações diretas com o público.

Emily Armstrong canta no show do Linkin Park, em São Paulo — Foto: Reprodução/Multishow

Emily Armstrong canta no show do Linkin Park, em São Paulo — Foto: Reprodução/Multishow

A última do disco novo na noite é "Heavy já the crown" – mas não menos importante. Uma das melhores canções do álbum, é recebida com gritos. E o refrão berrado de Emily já pode ser um clássico.

No fim, Armstrong finalmente está claramente mais confortável. Puxa palmas e interage mais com o público.

Uma pena que tenha levado quase as duas horas do show até isso acontecer. Quem sabe o pessoal de sábado (16) pegue uma cantora mais tranquila.

Os fogos de artifício sobre o estádio ao final de "Bleed it out" são mais que uma despedida. São um anúncio de que o Linkin Park realmente está de volta – para um lugar que dificilmente deixará tão cedo.

*G1