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Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024

Entretenimento

Marcos Mion: 'Segundo minha mãe, tudo o que faço tem a ver com a morte do meu irmão'

Marcos Mion: 'Segundo minha mãe, tudo o que faço tem a ver com a morte do meu irmão'

(Imagem: Pedro Dimitrow)

"Segundo minha mãe, tudo o que faço até hoje tem a ver com a morte do meu irmão”, afirma o apresentador Marcos Mion, 45, filho da psicanalista Carmen Chaib e do nefrologista Decio Mion. O primogênito, Marcelo, faleceu aos 18 anos, em 1993, ao cair do vão do Masp, em São Paulo, quando comemorava a aprovação no vestibular de medicina.

O desastre levou um Mion adolescente à depressão e a um período de “trevas”. “Há muito sofrimento na minha vida, desde muito cedo”, revela ele, que, pouco depois da tragédia, viu o melhor amigo, Carlos, perder a vida em seus braços em um acidente de carro.

“O luto é proporcional ao tamanho do amor, e não acaba. O tempo não cura, mas amortece. É como andar com uma pedra pesada em um dos bolsos. No começo ela incomoda; faz andar meio torto. Depois você vai se acostumando, mas a pedra segue lá”, define. “Lembro até hoje quando percebi que tinha vivido exatamente o mesmo tanto que meu irmão viveu. E eu não havia vivido absolutamente nada.”

O artista conta que o drama uniu sua família como nunca — seus pais acabaram de completar 51 anos juntos. “Minha mãe diz que só conseguiu lidar com a perda de um filho e levantar todos os dias da cama por causa de seu amor por mim. Ela estava devastada, mas queria que eu sempre visse os olhos dela sorrindo”, recorda ele, emocionado.

“Eu desejava replicar esse amor, passar adiante o que sabia; queria conquistar a mesma família dos meus pais, mesmo que marcada por uma tragédia. Tinha 13 para 14 anos quando meu irmão morreu. Aos 16, já cultivava uma obsessão por virar pai antes dos 20. Eu era intenso, achava que morreria no dia seguinte.”

Conheceu, então, a designer Suzana Gullo, com quem trocou alianças em 2005. “As peças se mexeram e se deu esse encontro mágico, que me arrebatou. Fazíamos parte de planetas diferentes. Eu era mais intelectual; ela, do mundo fashion, da ‘high society’, mas vivemos uma trajetória similar. Ela tem os pais juntos até hoje e um irmão que sofreu um acidente e não fala nem anda; passou por um amadurecimento precoce. Eu não a pedi em casamento, pedi para me dar um filho.” E ela deu. Não um, mas três: Romeo, 19, Donatella, 15, e Stefano, 14.

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Capa GQ Brasil Marcos Mion — Foto: Pedro Dimitrow
Capa GQ Brasil Marcos Mion — Foto: Pedro Dimitrow
*GQ