Nelson Motta: Os 40 anos de Amy Winehouse e a saudade no mundo da música

Na coluna desta semana, Nelson Motta relembra a carreira da artista e comenta o vácuo que sua partida deixou no mundo da música. "Seria difícil encontrar tanta musicalidade e estilo depois de sua breve e fulgurante passagem espalhando arte e beleza pelo mundo", diz.

A grande inspiração de Amy, uma judia inglesa de classe operária, foram as grandes cantoras negras americanas de jazz, blues e R&B, que desenvolveu com sua vocação para transformar sofrimento em música com sua voz privilegiada.

Predestinada já no nome, foi batizada como Amy Jade, como Jade, a pedra preciosa, e Winehouse, literalmente a casa do vinho. Nasceu numa família de músicos, com 10 anos tinha uma banda de rap e adolescente. Com 19 anos, assinava seu primeiro contrato.

Foi com seu segundo disco, "Back to Black", que gravou com 22 anos, que Amy se consagrou como um fenômeno de precocidade e maturidade, não só como uma cantora extraordinária, mas como uma compositora cheia de humor e ironia em suas letras confessionais.

Foi o disco mais vendido do mundo em 2007 e lhe rendeu cinco vezes o Grammy. E a fama de desbocada, bulímica, alcoólatra e dependente química, num casamento abusivo, que se apresentava bêbada em shows, se internou várias vezes em clínicas de reabilitação, mas iniciava sua ruína ao mesmo tempo que sua construção.

Elogiada por Prince e Snoop Dogg, se tornou a artista britânica mais popular e cultuada nos Estados Unidos, e emplacou sucessos espetaculares como “Love is a Losing Game” e “Tears Dry on Their Own”.

Amy Winehouse morreu aos 27 anos, assim como outras lendas da música, como Kurt Cobain e Jim Morrison.