Aguarde. Carregando informações.
MENU

Domingo, 20 de outubro de 2024

Entretenimento

Samuel de Assis: 'A luta foi grande para um homem preto ser considerado bonito'

Samuel de Assis: 'A luta foi grande para um homem preto ser considerado bonito'

(Imagem: Divulgação / Catarina Ribeiro)

Samuel de Assis já tinha deixado os fãs empolgados ao viver o Kevin de Rensga Hits, segurança e amor de Deivid Cafajeste (Alejandro Claveaux). Agora o ator de 40 anos tirou o fôlego de muita gente com as primeiras cenas de Benjamin, um dos protagonistas de Vai Na Fé, trama das 7 que estreou esta semana e na qual ele vive um advogado casado com Carolina Dieckmann (Lumiar), que reencontrará o grande amor da juventude, Sol (Sheron Menezzes). Bem-humorado, o ator não renega o título de galã, que vê como uma conquista para um ator negro. “A luta foi grande e árdua para um homem preto ser considerado um homem bonito e não apenas um fetiche. Então quanto olham para mim e dizem ‘você é um galã, é um home bonito’, eu só tenho que dizer ‘obrigado’”, afirma o ator.

Para estas cenas específicas de Ben, Samuel contou com o personal Marcelo Santana, que cuida de seu treino em São Paulo – no Rio é Cris Souza. “Tive acompanhamento de personal trainer e nutricionista. Fiz ‘dieta de maromba’ para ganhar músculos e ficar definido”, conta o ator. “Eu não quero ficar com aquele corpo saradão. Tanto eu com o Benjamin somos homens comuns, com que outros homens podem se identificar”, diz o ator, que faz musculação de 3 a 4 vezes na semana.

O assédio, ele conta, já tinha começado a aumentar apenas com as chamadas de Vai na Fé. “Fui a um festival de música e senti a repercussão de ter que andar ali”, diz Samuel, que acredita que o protagonismo está chegando na hora certa. “Aconteceu no melhor momento. Aos 40 é muito mais leve, porque você está muito mais consciente de você mesmo e de suas escolhas e lida melhor com qualquer coisa. Não se deslumbra”, explica ele, contanto quem, por enquanto, o assédio não ultrapassou limites. “Mesmo em Rensga, quando era muito abordado nas ruas isso não aconteceu”, diz.

Samuel de Assis — Foto: Divulgação / Catarina Ribeiro

Samuel de Assis — Foto: Divulgação / Catarina Ribeiro

Em Vai na Fé, Samuel tem uma responsabilidade grande: Ben é um protagonista negro, um advogado bem-sucedido, com família – um cenário bem diferente do que se viu por muitas décadas na dramaturgia. “Estou extremamente feliz; é a primeira novela da Globo com praticamente 70% do elenco preto, mas sem ser uma trama de escravos. Temos pretos na direção, na produção, em todas áreas”, celebra. O tema de Benjamin na novela, ele explica, é “estar vivo”. “A luta dele e a minha no Brasil é estar vivo, é esse movimento de resistência”, avalia.

Do elenco, ele já conhecia Emílio Dantas, a quem foi apresentado em 2014 por meio de amigos. “Tem cenas juntos e foi uma delícia ter o carinho de alguém conhecido”, diz Samuel, que se encantou com Carolina e Sheron. “São duas descobertas, a gente se dá super bem e está muito feliz com o resultado. As cenas têm saído muito boas, o clima é leve. Eu só sei trabalhar com amo, então está sendo tudo muito bom”, conta.

Samuel de Assis — Foto: Divulgação / Catarina Ribeiro

Samuel de Assis — Foto: Divulgação / Catarina Ribeiro

Benjamin é um advogado frustrado, como explica o ator. Ele era um jovem idealista, que queria ser defensor público e ajudar jovens negros presos sem julgamento, mas, com a morte do pai, assumiu seu escritório e acabou defendendo acusados de crime de colarinho branco. Extremamente íntegro e com o menino idealista sonhador ainda vivo dentro dele mesmo, Ben sofre um acidente e fica entre e a morte. Ao sobreviver, acredita que existe um propósito maior por trás disto e resolver se tornar o advogado que sempre deveria ter sido, aquele que acreditava que todos merecem a melhor defesa possível.

No meio dessa transição, ele reencontra o primeiro amor, Sol. “Ben se casou por amor, ele e Lumiar se amam muito e são um casal muito feliz. Os dois têm uma parceria linda, é um amor verdadeiro. Mas ela não foi o primeiro amor e tem sempre aquilo do ‘que poderia ter sido’”, adianta Samuel, contando que um dos sonhos do advogado era ser pai, algo que Lumiar nunca quis.

Ao mesmo tempo, o personagem também passar a entender sua negritude de outra forma. “Benjamin, assim como eu, é um preto criado em um mundo de brancos. Ele é uma ilha; ele se descobre preto durante a trama. O dinheiro protege, e Ben foi privilegiado pela posição que sempre teve. Quando entra em contato com o mundo que não o dele, aí começa a ter mais noção da vida da real, do que é ser negro do Brasil”, adianta.

A mensagem maior de Vai na Fé, diz Samuel, é que as coisas vão dar certo. “Ela é sobre acreditar. E isso independentemente da sua religião, da forma como você exerce sua religiosidade da sua crença”, ensina.

Samuel de Assis — Foto: Divulgação / Catarina Ribeiro

Samuel de Assis — Foto: Divulgação / Catarina Ribeiro

Samuel de Assis — Foto: Divulgação / Catarina Ribeiro

Samuel de Assis — Foto: Divulgação / Catarina Ribeiro

*Quem