Micael Borges, 34 anos de idade, conquistou o público infantil com as trapalhadas do cantor Jefinho Sem-Vergonha, seu personagem em Fuzuê. Na novela das 7 da TV Globo, o ator - ex-Rebelde - comemora a oportunidade de mostrar sua ligação com a música.
"Eu estava em outro projeto, mas, mesmo assim, fiz o teste. O fato de ser um personagem musical me motivou ainda mais a querer interpretá-lo", afirma Micael, que estava longe das novelas há cinco anos, quando fez O Tempo Não Para (Globo, 2018), e havia integrado o elenco da série Só se for por amor, no streaming, em 2022, além do filme Um Ano Inesquecível (Netflix, 2023).
Criado na comunidade do Vidigal, no Rio de Janeiro, Micael integrou o Nós do Morro -- grupo que oferece acesso a arte e cultura por meio de oficinas de formação artística e que também revelou nomes como Thiago Martins, Roberta Rodrigues e Marcello Melo Jr. "Comecei aos 7 anos e o que era uma diversão, virou paixão. Ali, vi que poderia ser uma carreira. Ainda bem pequeno, já tinha noção que atuar e fazer música era a minha profissão", afirma o ator, que conquistou cedo seus primeiros protagonistas -- em Malhação (Globo, 2009), em que viveu o jovem Luciano, e em Rebelde (Record, 2011), como Pedro.
Casado com a empresária do ramo de beachwear Heloisy Oliveira, com quem tem um filho, Zion, 9, Micael vive na cidade de São Paulo há dez anos. "A paternidade me trouxe maturidade, responsabilidade e me fez enxergar tudo de uma maneira melhor. Sempre penso nele em tudo que eu faço", afirma o ator, contando que o desejo de ampliar a família está nos planos do casal.
Quem: Como surgiu a chance de interpretar o Jefinho Sem-Vergonha? Como foram os testes e a preparação para Fuzuê? Micael Borges: Quando recebi o convite para fazer o teste para o Jefinho Sem-Vergonha, eu não sabia muito sobre o personagem, só que tinha música envolvida. Eu estava em outro projeto, mas, mesmo assim, fiz o teste. O fato de ser um personagem musical me motivou ainda mais a querer interpretá-lo.
Nas redes sociais, o nome de Jefinho é bastante citado. Como tem sido a abordagem nas ruas? Estou muito feliz com o carinho que recebo nas redes sociais. O Jefinho foi muito bem recebido pelo público. Nas ruas, as pessoas têm me chamado de Cowboy, mas o mais legal é o sucesso que ele vem fazendo com o público infantil. Foi uma surpresa para mim e estou amando receber esse carinho da criançada.
Você teve inspirações e referências para compor o personagem? Fiz uma pesquisa no universo sertanejo, começando pelos artistas antigos, passando pelos da atual geração, como Gusttavo Lima, Michel Teló, entre outros. Tive várias referências para compor o personagem.
Seu físico também tem sido elogiado. Com o ritmo acelerado das gravações, consegue manter uma rotina regrada de treinos e alimentação? Eu tento manter meus treinos de acordo com o cronograma de gravação. Treinar e praticar meus esportes me ajuda a estar bem fisicamente e mentalmente, mas principal é a alimentação. Busco me alimentar bem até mesmo para aguentar o ritmo de gravação.
Você tem 34 anos de idade e deu seus primeiros passos na carreira ainda menino. A carreira artística sempre foi um objetivo? Ou começou como diversão? Eu comecei a fazer teatro no Nós do Morro, projeto que ainda hoje existe na comunidade do Vidigal. Comecei aos 7 anos e o que era uma diversão, virou paixão. Ali, vi que poderia ser uma carreira. Ainda bem pequeno, já tinha noção que atuar e fazer música era a minha profissão.
A profissão de ator é marcada por instabilidades. Você chegou a pensar na possibilidade de ter um plano B? Eu sempre trabalhei com música ou com interpretação. Mais tarde, comecei a pensar em investir em outros negócios exatamente pela instabilidade, mas sou muito abençoado e consigo viver da minha arte.
Passou por perrengues? Sim, passei por muitos perrengues. Graças a Deus, tenho muito apoio da família. Procuro estar sempre me renovando, me mantenho em movimento e busco estar nos lugares certos para que a oportunidade chegue.
Qual trabalho considera como um divisor de águas na sua carreira? O divisor de águas foi Cidade de Deus, meu primeiro filme. Depois dele, comecei a fazer mais testes para outros projetos que, até então, não era chamado.
Seu filho, Zion, completará 10 anos em 2024. Quais as mudanças que a paternidade trouxe para a sua vida? A paternidade me trouxe maturidade, responsabilidade e me fez enxergar tudo de uma maneira melhor. Sempre penso nele em tudo que eu faço. Então, não posso falhar.
Quais hábitos da sua infância você gosta de transmitir ao seu filho? Eu tento transmitir a simplicidade, o respeito e o amor. Eu amava soltar pipa, jogar bolinha de gude. Hoje, brinco com ele mesmo nessa era de internet, vídeo game...
Ele teria seu apoio caso decidisse seguir a carreira artística? Sem dúvida, apoiaria. Mas apresentaria para ele outras opções também. Por exemplo, ele quer ser jogador de futebol, que é uma profissão também difícil. Apoio, mas incentivo a experimentar outras coisas.
Tem vontade de ampliar a família? Sim, tenho vontade de ter três filhos.
Além de Fuzuê, você está com outros projetos profissionais? Continuo fazendo música, que é minha outra paixão e tenho alguns lançamentos por vir. No momento, estou 100% focado na novela porque exige 100% da minha criatividade, dedicação e profissionalismo.