Quarta-Feira, 13 de agosto de 2025
Quarta-Feira, 13 de agosto de 2025
No Mês do Orgulho LGBTQIAPN+, rainha de bateria da Unidos da Ponte diz que essa ferida a tornou mais forte
Durante o Mês do Orgulho LGBTQIA+, Thalita Zampirolli, de 36 anos de idade, vive um dos momentos mais simbólicos e emocionantes de sua trajetória. Além de relembrar a luta e a superação como mulher trans, a atriz, empresária e influencer foi anunciada, neste mês de junho, como rainha de bateria da escola de samba Unidos da Ponte (RJ) para o Carnaval 2026.
Ela, que também reina como rainha de bateria da Chegou o Que Faltava, no Espírito Santo, reforça, com muito brilho e emoção, a presença e o orgulho trans no maior símbolo da cultura popular brasileira: o samba.
“É muito mais do que estar à frente da bateria. É ocupar um espaço onde, por muito tempo, disseram que eu não poderia estar. Me emociono porque, cada conquista dessas, carrega muitas batalhas silenciosas que vivi e que tantas outras pessoas trans ainda vivem”, declara Thalita.
Não diferente da maioria das mulheres trans, Thalita Zampirolli teve que enfrentar a transfobia inúmeras vezes, mas a discriminação mais difícil veio dentro de casa.
"A maior dor veio do preconceito dentro da minha própria casa, por meio do meu pai. Seu machismo e narcisismo me feriram profundamente. Eu não me sentia amada, nem protegida por ele. Com o tempo, superei essas feridas, embora as cicatrizes ainda permaneçam. E foi justamente essa dor que me fez mais determinada a lutar por tudo o que mereço. Nada será capaz de me parar", confessou.
Ela reconheceu que o apoio de sua mãe foi fundamental ao longo desse processo. Mas com a morte da matriarca, quando Thalita Zampirolli tinha apenas 12 anos, ela acabou enfrentando sozinha o preconceito do pai.
Radicada nos Estados Unidos e com carreira consolidada no exterior, Thalita Zampirolli não esquece suas raízes. Ela fala com orgulho do Brasil, da luta da comunidade LGBTQIAPN+ e do papel transformador da visibilidade. Empresária bem-sucedida e inspiração para muitas pessoas trans, Thalita usa sua voz para promover respeito, inclusão e dignidade.
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