Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Abel Ferreira se disse orgulho com a postura do Palmeiras na eliminação para o Botafogo nas oitavas de final da Conmebol Libertadores. Ainda que este seja o pior desempenho da equipe alviverde na competição desde sua chegada, o treinador disse que a equipe caiu de cabeça erguida.
– Vivo de futebol, mas não vivo só do futebol. Orgulho. Fica mais uma vez a demonstração daquilo que peço aos jogadores. Há três resultados no futebol, há coisas que não controlamos – declarou, após o empate por 2 a 2 no Allianz Parque.
– Não controlamos a bola bater na trave no último segundo; ou se bateu na mão do Gómez; se no melhor momento sofremos dois gols porque nosso aniversário foi letal e foi melhor de 15 minutos dentro dos 90.
– Disse isso no final aos meus jogadores: mês de agosto difícil, com sorteio difícil, caímos de forma digna contra o Flamengo com todas as vicissitudes que tiveram no jogo. Contra o Botafogo caímos com sentimento de orgulho. Tristes, mas de cabeça erguida – acrescentou.
O Palmeiras caiu nas oitavas de final tanto na Copa do Brasil quanto na Libertadores. As eliminações para Flamengo e Botafogo vieram no mês de agosto, em que o técnico listou problemas que marcaram a equipe e dificultaram os preparativos para estes jogos.
– Sempre digo que o dia que não sentir o desejo deles ganhar, não estou a 10 horas do meu país e dos meus pais para fazer nada. No ano que o Palmeiras não ganhasse um título, não preciso continuar aqui. Mas isso me enche de orgulho: olhar para a nossa equipe – disse.
– Foi um mês que começou pela dureza do sorteio, é sorte, é o que é. Tivemos problemas físicos dentro do time, outros emocionais. Só consegui ter este elenco 80% só agora, infelizmente. Mas, na minha opinião, a tempo de fazer um grande jogo, mas infelizmente, tiramos os primeiros 15 minutos, deveríamos ter entrado no jogo primeiro, ter feito um gol primeiro – acrescentou.
Depois de perder por 2 a 1 no estádio Nilton Santos, o Palmeiras precisava vencer por pelo menos um gol de diferença nesta quarta no Allianz Parque para levar a decisão para os pênaltis.
O time, porém, não conseguiu converter as oportunidades no seu melhor momento e levou 2 a 0 em casa. Conseguiu empatar com gols aos 41 e 45 minutos do segundo tempo e nos acréscimos chegou a virar, mas o gol de Gustavo Gómez foi anulado por um toque de mão.
– Sofremos um gol de um lançamento de lateral, um gol esquisito para não chamar de outro nome; a seguir sofremos o segundo, depois nos agarramos ao nosso jogo. Pena que não fizemos o gol primeiro, porque criamos para isso. Dar os parabéns ao adversário pela qualidade – analisou.
– Fizemos 11 finalizações e eles 3 (no primeiro tempo), no segundo tempo nós 15 e eles 5. Futebol é eficácia e felicidade, isso entra no jogo, não só competência e lado emocional. Para além da qualidade do nosso adversário, nós não fomos felizes, apesar dos três gols e ter um gol anulado. As regras são claras, quando bate na mão antes do marcador fazer o gol, tem que ser anulado. É aceitar, estamos fora da Copa contra o Flamengo, estamos fora da Libertadores contra o Botafogo, agora vamos lutar até o fim pelo objetivo que nos resta neste ano – completou.
O Palmeiras agora tem apenas o Campeonato Brasileiro a disputar. O time é o terceiro colocado na competição e volta a campo no sábado, quando recebe o Cuiabá, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, no interior de São Paulo.
Chances em bolas aéreas:
– Bola aérea é uma das formas que temos e chegar ao gol, especialmente quando é bola parada. Primeiro gol surgiu de bola parada. Potenciamos as características dos nossos jogadores: cruzamento é um deles, chutes de fora é outro. Não é a única forma, mas há momentos que temos que fazer quando há espaço nas costas, pode ser em combinação interior ou jogos no corredor, como no primeiro tempo que o Ríos cruzou na área, mas infelizmente o Flaco não conseguiu fazer. Flaco é fortíssimo, sabem como é. Tentamos potencializar as características dos nossos jogadores.
Desempenho de Caio Paulista:
– Fez uma atuação brilhante. Em relação às críticas, falamos dos torcedores que vem aqui ou que se escondem atrás de um telefone que não sei quem é? De quais torcedores? Nossos jogadores sentem um carinho grande dos torcedores cara a cara. Nós gostamos muito da torcida. Torcedor que tem blogs e tem que criar notícias? Isso faz parte, já disse como funciona o futebol. Nós recebemos nosso rendimento pelo nosso empenho, pelo nosso esforço.
Vocês jornalistas recebem pelas notícias que fazem, pelos programas, pela confusão, alguns criam personagens para ter audiência, isso é uma bola, um ciclo. Todos, graças ao futebol, uns ganham de forma direta outro de forma indireta. Passo a informação do que é virtual e o que é real. Digo muitas vezes no campo e no CT para cuidarem uns dos outros, para cuidarem. Alguns jogadores, sobretudo alguns não cuidam.
Alguns saem daqui e são protagonistas em outros clubes, falo o Breno Lopes, por exemplo. Se não cuidarem dos nossos, a cada jogo temos que mandar embora 10 jogadores. Se estão aqui é porque acreditamos. Perceberam porque a presidente e o Barros contrataram o Caio. Não é fácil trocar um rival e ter o desempenho que tem. Ainda bem que teve este desempenho, porque trabalha.
Desempenho:
– Aqui não há milagres. Milagres é Deus quem faz, aqui nós trabalhamos. Nosso milagre era ter feito o gol nas três ou quatro oportunidades que tivemos no primeiro tempo ou na segunda, antes do nosso adversário fazer. Nosso adversário tem qualidade também. Nunca metem o adversário na equação. Após os 15 minutos, deu Palmeiras, conseguimos encostar nosso adversário atrás, fomos refrescando a equipe para seguir pressionando.
Pena que não fizemos gol mais cedo, criamos para isso. Foram 26 finalizações contra oito. É futebol. A última bola bateu na mão do Gómez, é futebol. O que quer dizer da última bola que o Menino meteu na trave e saiu? Poderia ter batido na trave e entrando. É futebol. Infelizmente perdemos, adversário teve uma eficácia muito grande. É dar os parabéns e seguir em frente. Treinador lá viu o que fizemos lá, e sabemos o quanto é forte o Botafogo em sua casa. Mostrou isso contra o Palmeiras. Mostrou nos primeiros 15 minutos.
Quando assumimos o gol e controlamos, faltou uma coisa fundamental: eficácia. Pena que tivemos que criar muito, e os gols tenham chegado tarde. Não é de hoje, essa equipe acredita até o fim. Pena que a bola bateu na mão, se batesse na coxa iríamos discutir até o fim.
*GE