Análise: intenso, Bahia tira o Fluminense da zona de conforto para vencer

Muito além da parte ofensiva, o Bahia conseguiu sustentar o resultado favorável por mais de 30 minutos do segundo tempo para confirmar o triunfo, o que não vinha acontecendo em duas derrotas em Ba-Vis deste ano e no revés para o Internacional, na estreia pela Série A.

O fator novo de Rogério Ceni após a derrota para o Colorado foi dar chance ao zagueiro Gabriel Xavier no lugar de Kanu entre os titulares, mudança que trouxe solidez defensiva e confiança para um sistema que vinha em baixa. Além disso, no ataque, Cauly e Ademir foram titulares nos lugares de Rezende e Oscar Estupiñán, respectivamente, o que também foi importante.

Com Ademir pela ponta direita, Thaciano marcou pelo lado esquerdo e trocou de posição com Cauly nos momentos de ataque, mas qualquer estratégia do Bahia ficou de lado aos três minutos por causa de falha de Arias que resultou em gol de Cano.

O placar adverso poderia abalar o Bahia, ainda mais com as dificuldades impostas pelo gramado cheio de poças d'água por causa de forte chuva. Mas o Tricolor baiano soube aproveitar a adversidade física para pressionar o Fluminense, em dificuldade para trocar passes.

Jean Lucas quase deixa tudo igual, mas furou o chute justamente por causa de uma zona encharcada do campo. Antes deste lance, uma cabeçada de Cuesta após bola parada parou em defesa de Fábio.

O Bahia foi superior neste período chuvoso, que durou 17 minutos, e continuou melhor na volta do jogo após a paralisação de quase uma hora para o campo ficar em melhores condições. O Tricolor baiano subiu as linhas de marcação e dificultou a saída de bola do Fluminense com intensidade.

Além disso, a profundidade de Ademir gerou boas jogadas pela direita e quase resultou em gol, após passe às costas da defesa efetuado por Cauly, que começava a liderar a organização ofensiva, entre erros e acertos .

Em resumo, o Bahia sofreu em dois lances de perda da posse da bola no campo de defesa e levou um gol por causa disso. No mais, permitiu apenas outra chegada perigosa do Fluminense, um gol de Arias anulado por impedimento.

Gás não faltou ao Bahia para ter bom desempenho na primeira etapa, mas ficava a dúvida se o segundo tempo teria um Esquadrão nas mesmas condições físicas. O histórico da temporada pesava contra, mas o time azul, vermelho e branco manteve um bom nível para garantir o resultado positivo.

Menos intenso e mais inteligente para trabalhar a bola próximo da área adversária, o Bahia virou a partida com passe de Jean Lucas e gol de Cauly, com direito a boa jogada individual e forte chute da grande área .

O segundo gol do Bahia aconteceu aos 15 minutos. Portanto, seria preciso segurar o ímpeto ofensivo do Fluminense por mais de dois terços do segundo tempo. Neste momento, Rogério Ceni soube organizar o time defensivamente, com boa compactação e linhas ajustadas.

De início, o treinador colocou Rezende no lugar do amarelado Caio Alexandre, mas trocou Ademir por Biel no ataque para manter o Bahia preparado para a transição ofensiva. Com a mudança, Thaciano deixou a marcação pela esquerda com o camisa 11 e fechou o lado direito, ao lado de Everton Ribeiro e Arias.

O Flu trocou passes em busca de espaços pelos lados, mas não encontrou facilidade e teve que conviver com os cruzamentos, mas Cuesta, Gabriel Xavier e um resiliente Arias, após falha do gol adversário, garantiram a segurança defensiva. O tão criticado lado esquerdo, com Luciano Juba improvisado, também não sofreu grandes danos.

Na reta final da partida, De Pena, Everaldo e Cicinho entraram para reforçar a segunda linha de marcação nos lugares de Everton, Thaciano e Cauly.

O Bahia deu a resposta que a torcida esperava após a perda do título baiano para o Vitória e a estreia ruim contra o Internacional no Brasileirão. Com postura equilibrada em campo e bom desempenho individual de muitos dos atletas, o time comandado por Rogério Ceni ganha fôlego para buscar melhores resultados daqui para frente.