Aguarde. Carregando informações.
MENU

Quarta-Feira, 23 de julho de 2025

Esportes

Bastidor de F. Torres no Palmeiras teve até ligação com Alexandre Pato; saiba

Bastidor de F. Torres no Palmeiras teve até ligação com Alexandre Pato; saiba

(Imagem: GE )

Era junho de 2024 quando Diego Henrique, brasileiro e barbeiro do Orlando City, nos Estados Unidos, recebeu a notícia que seria obrigado a esconder por seis meses: o amigo e cliente Facundo Torres, de quem corta os cabelos há pelo menos três anos, interessava seu clube de coração.

– Hermano, tengo una novedad. Palmeiras ligou! – contou Facundo, nos corredores do clube.

 No lo creo – respondeu Diego, incrédulo, enquanto se preparava para iniciar o corte dos outros atletas.

Ali, ainda no meio do ano, o interesse não evoluiu porque o Orlando City se negou a negociar. Precisava do atacante para a Conferência Leste da MLS. Cinco meses depois, porém, uma nova ligação marcou o início da transferência que teve conversa com Abel Ferreira, diretoria, aulas sobre o clube e ligação com Antônio Carlos, Júnior Urso e Alexandre Pato.

Diego Henrique e Facundo Torres fazendo corte de cabelo ainda no Orlando City — Foto: Arquivo Pessoal

Diego Henrique e Facundo Torres fazendo corte de cabelo ainda no Orlando City — Foto: Arquivo Pessoal

Diego Henrique e Facundo se conheceram no segundo dia do atacante em Orlando, quando precisou cortar o cabelo para o dia da apresentação. Surgiu assim uma identificação, marcada por churrascos, chimarrão e conversas sobre o Palmeiras, mesmo antes do clube demonstrar interesse no uruguaio.

Nos Estados Unidos para dar aulas de barbearia, Diego chegou ao Orlando City por intermédio de Nani, da seleção de Portugal, construiu amizades e até indicação de barbeiro no Brasil precisou fazer - com a transferência de Facundo, que é criterioso, ao Verdão.

– Ele gosta das luzes, gosta mais fininhas e mais brancas, eu já dei as coordenadas. Gosta de um fade que sobe a máquina zero atrás. Eles são exigentes.
— conta o barbeiro, que chega a fazer cortes dos mesmos atletas a cada três dias.

Como torcedor do Palmeiras, Diego conta que sempre conversou com Facundo sobre o clube na resenha do dia a dia, relembrando conquistas da Libertadores, e também pelas ligações para Piquerez, com quem o uruguaio jogou ainda na base do Peñarol.

No início de novembro, porém, com a nova procura, o barbeiro transformou as conversas esporádicas em recorrentes.

– Quando ele veio falando que voltou a negociar, eu comecei a encher ele. Apresentei toda a história, nossas Academias – conta Diego.

– Foi quando ele me mostrou a ligação do Abel, disse: "Olha quem me ligou ontem". Ficou em ligação de vídeo com Abel e disse que conversaram muito, que Abel falou que ele estava nos planos e contava muito com as características dele, principalmente com a saída de Estêvão.
— relembra.
Diego Henrique e Facundo Torres comemorando título pelo Orlando City — Foto: Arquivo Pessoal

Diego Henrique e Facundo Torres comemorando título pelo Orlando City — Foto: Arquivo Pessoal

Nos Estados Unidos, empolgado com a possibilidade de ver o amigo vestindo a camisa do Verdão, abriu ligações com Antônio Carlos para falar do clube e até com Júnior Urso e Alexandre Pato, ex-companheiros na MLS, para dar a ideia de como funciona o futebol brasileiro.

Conversas comuns nos bastidores do futebol.

– Falamos com Urso, Pato, Antônio, que era nossa turma há dois anos. Os meninos falando sobre o futebol brasileiro, vitrine para Europa, ficamos umas duas horas por vídeo. Antônio falou de ser competitivo, da cobrança que existe e dos rolês, mas Facundo é totalmente caseiro.
— conta Diego.
Alexandre Pato comemora seu gol na derrota por 3 a 2 do Orlando City contra o New York City FC, em amistoso — Foto: Divulgação/Orlando City

Alexandre Pato comemora seu gol na derrota por 3 a 2 do Orlando City contra o New York City FC, em amistoso — Foto: Divulgação/Orlando City

Enquanto isso, nos bastidores do Palmeiras, os contatos haviam se iniciado com Anderson Barros e evoluíram na viagem de Leonardo Holanda à Flórida, onde se reuniu presencialmente com dirigentes do Orlando City, com o atleta e seu estafe.

As partes alinharam o acordo na semana do sorteio dos grupos do Mundial, no início de dezembro.

Facundo, inclusive, tinha outras ofertas, até mesmo do futebol europeu, mas escolheu o Palmeiras em função do projeto esportivo, com a disputa do Super Mundial em 2025. O uruguaio, segundo conta Diego, tem ainda o sonho de ser campeão do mundo com a seleção e da Libertadores, que o Peñarol não pôde lhe proporcionar.

O Cruz Azul, do México, chegou a entrar na concorrência com uma oferta salarial e de compra mais alta que a do Palmeiras, e isso ainda balançou o curso da negociação. Após as conversas com Barros, Holanda e Abel, no entanto, Facundo decidiu se manter com o Verdão.

Aos 24 anos, chegou como primeiro reforço para 2025 e com o perfil buscado pelo clube: um jogador competitivo, versátil - porque atua pelos dois lados do ataque e como meia por dentro - e com fome de crescer.

+Barbeiro Diego Henrique e Facundo Torres, novo reforço do Palmeiras — Foto: Arquivo Pessoal

Barbeiro Diego Henrique e Facundo Torres, novo reforço do Palmeiras — Foto: Arquivo Pessoal

*GE

Close