Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
O Botafogo está cada vez mais próximo de vencer o Campeonato Brasileiro de 2024. Especialmente depois da vitória por 3 a 1, gols de Gregore, Savarino e Adryelson sobre o Palmeiras na "final" da última terça-feira no Allianz Parque.
Com 73 pontos somados e três de vantagem sobre o vice-líder, que é justamente o rival paulista, bastam uma vitória e um empate nas últimas duas rodadas para garantir a conquista independente do que os adversários diretos fizerem.
O placar traduz bem o que foi uma partida de excelência dos comandados de Artur Jorge. Quando falamos de esporte de alto nível, quase sempre um ou dois lances podem mudar a história. Esse foi o caso. O jogo, que começou equilibrado, teve alguns pontos chave. Todos eles tenderam para o lado alvinegro.
Empolgado pela liderança recém conquistada e empurrado pela torcida, o Palmeiras iniciou o jogo tentando se impor dentro do Allianz Parque lotado. Abel apostou em um ataque móvel e rápido para buscar espaços na defesa botafoguense e teve sucesso parcial nos primeiros minutos. Algumas chances, mas sem conseguir colocar no gol.
Mesmo a perda de Bastos, que saiu com uma lesão muscular aos 10, não fez com que a marcação se desajustasse. Especialmente porque Adryelson substituiu o angolano em alto nível, mantendo o desempenho defensivo.
Por outro lado, a equipe de Artur Jorge tentava acelerar quando recuperava a bola, mas levou alguns minutos para conseguir fazer isso de forma eficiente. Mais precisamente 16 minutos. Quando Almada conseguiu o primeiro escanteio, que gerou um segundo e o gol que abriu o placar.
Curiosamente, o lance que marcou todos os botafoguenses e rendeu inúmeros elogios, todos eles justos, ao time só aconteceu por uma dose de sorte. Algo que sempre acompanha os times campeões.
- Não era para eu estar ali, acabei me equivocando na jogada ensaiada, mas fui feliz de estar bem posicionado. Não foi um erro, é que eu pensei que era outra jogada. Acabei sendo feliz no gol - contou Gregore no intervalo.
Precisando ao menos do empate, os palmeirenses se lançaram ao ataque. Inicialmente da mesma forma organizada que vinham fazendo nos primeiros minutos. Quase todos os lances eram iniciados por Estêvão, muito bem marcado pela dobra formada por Alex Telles e Alexander Barboza.
A chance da resposta apareceu quatro minutos depois do gol alvinegro. Cobrança de lateral de Marcos Rocha na área, Raphael Veiga ajeitou de cabeça e Rony carimbou a trave direita de John. O Botafogo cozinhava o Palmeiras, que aos poucos foi trocando a organização pela afobação.
Os muitos cruzamentos do adversário encontravam as cabeças botafoguenses e geravam boas saídas em velocidade. Savarino e Almada aproveitavam o espaço para correr e criavam chances. A vantagem no intervalo só não foi maior por conta de algumas tomadas de decisão errada.
Quando foi necessário, John apareceu para intervir com uma grande defesa em cabeçada de Marcos Rocha. O goleiro voltaria a ser personagem mais para frente. Se o Palmeiras foi quem produziu mais no primeiro tempo, o a vitória botafoguense até ali era resultado da eficiência.
O Alvinegro voltou do intervalo mantendo a receita de sucesso da primeira etapa, enquanto o rival contou com a entrada de Flaco Lopez. Uma busca por aproveitar os muitos cruzamentos infrutíferos que vinham fazendo, mas que teve nenhum impacto na partida.
A verdade é que o Botafogo veio ainda melhor encaixado para o segundo tempo. Tirando uma escapada do centroavante acionado por Abel Ferreira, que parou nas mãos de John sem grandes sustos, pouco foi produzido.
A equipe usava da catimba para fazer o tempo correr e desconcentrar os palmeirenses, muito irritados com o tempo gasto, especialmente para as reposições do goleiro alvinegro. A cabeça quente virou cartão vermelho quando Marcos Rocha acertou o rosto de Igor Jesus com a bola fora de jogo.
Como um boxeador que vê o adversário ficar tonto após um soco, o time de Artur Jorge não deixou o Palmeiras se recuperar do baque da expulsão. Passou a acelerar ainda mais, atacando especialmente a lacuna na lateral direita. Foi assim que saiu o gol que praticamente selou o destino.
Reposição rápida de John para Igor Jesus, aberto na ponta, ajeitar de cabeça para Savarino. O venezuelano só teve o trabalho de chapar na saída de Weverton para fazer o 2 a 0 que dava tranquilidade. Pouco depois foi Almada quem surgiu livre por ali, mas a finalização parou no goleiro rival.
Sentindo a fragilidade, Abel Ferreira tirou Veiga para a entrada de Mayke. A mudança deixou o Botafogo ainda mais confortável, dominando o meio-campo e controlando a partida. Adryelson ainda coroou grande atuação ao marcar em uma cabeçada forte após escanteio cobrado por Savarino.
Um chutaço de Richard Ríos da entrada da área, que contou com a interferência de um jogador impedido ignorada por árbitro e VAR, deu números finais ao jogo: 3 a 1. Uma noite em que tudo deu certo para o Glorioso.
A matemática é rígida e nos diz que não podemos afirmar que o Botafogo é campeão do Brasileiro. Mas o futebol é fluído e nos mostra que esse time caminha para isso. Faltam quatro pontos. Antes, no entanto, é hora da Glória Eterna.
*GE