Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
A partida entre Botafogo e Bahia na Arena Fonte Nova, que terminou empatada em 0 a 0 no último domingo, pode ser analisada em três momentos diferentes: um primeiro tempo de muita confusão e pouquíssimo futebol, um período de domínio alvinegro e outro de pressão tricolor.
Aos entrarem em campo na 24ª rodada do Brasileirão, os times faziam o quarto duelo na atual temporada e apenas os baianos tinham motivos para comemorar. Uma vitória no primeiro turno, outra somada a um empate que garantiram a classificação nas oitavas da Copa do Brasil.
Antes de analisarmos exatamente o que aconteceu nos 90 minutos, é preciso ressaltar dois condicionantes: primeiro o desgaste alto do Glorioso vindo de uma partida eliminatória de Libertadores no meio de semana, segundo a tensão agregada ao confronto pela partida anterior, válida pelo mata-mata, em que Gregore foi expulso no fim do primeiro tempo.
O questionado cartão vermelho do confronto anterior foi que deu o ritmo dos primeiros 45 minutos do último domingo na Fonte Nova. Os dois times pareciam mais interessados em disputas físicas, faltas e cobranças ao árbitro Ramon Abatti Abel do que de fato em jogar futebol.
Sem Ponte, Barboza, Cuiabano e Savarino, Artur Jorge apostou em manter a estrutura do time, improvisando Tchê Tchê na direita, colocando o zagueiro Halter e o lateral Marçal nas funções e Matheus Martins fazendo o setor central do meio-campo, normalmente ocupado pelo venezuelano.
Inicialmente a ideia não funcionou tão bem. Matheus tinha dificuldades em prender a bola produzir, muitas vezes batendo cabeça com Almada. Do lado direito, Luiz Henrique era bem marcado sempre com dobras para não conseguir gerar chances. Na única escapada que conseguiu, deixou o argentino camisa 23 em boa condição de finalizar.
Mesmo sem mudar os 11, Artur conseguiu fazer ajustes no intervalo que fizeram com que o time retornasse melhor. Principalmente nos diálogos entre Thiago e Matheus, que passaram a se encontrar e gerar jogo pelo lado esquerdo.
Mais acionado, Igor Jesus foi o melhor jogador de linha do Botafogo. Carimbou a trave em uma cabeçada difícil e ainda obrigou pelo menos duas boas defesas de Marcos Felipe que poderiam ter colocado a equipe em vantagem. Marlon Freitas ainda obrigou outra grande defesa em um chute de longe, que ainda bateu no travessão.
Quando parecia questão de tempo para os cariocas abrirem o placar dois fatores inverteram completamente o domínio da partida: as mudanças de Rogério Ceni e o cansaço.
Aos poucos o ímpeto botafoguense foi arrefecendo, muito também por ter vindo de uma partida de alta intensidade contra o Palmeiras pela Libertadores na quarta-feira enquanto o Bahia descansou. Além disso, Ceni leu bem o jogo e colocou velocidade no ataque com Rafael Ratão e Lucho Rodríguez.
O Bahia passou a rodar a bola no campo de ataque e pressionar, criando chances, pelo menos três ótimas, em sequência, mas sempre parando em boas defesas de John.
O saldo dessa mistura é de um empate justo e que pode até ser comemorado. Pensando as condições e o que fez John no fim, o resultado poderia ter sido pior.
Se a notícia ruim é a perda da liderança por conta da vitória do Fortaleza sobre o Corinthians, fica o alento de uma semana livre para treinar e preparar antes do confronto direto com o Leão do Pici no Estádio Nilton Santos. Uma vitória devolve a liderança.
Ainda que, como sempre diz Artur Jorge, o foco seja sempre vencer, é preciso comemorar cada ponto em um campeonato tão duro como o Brasileiro. O Alvinegro segue vivo em duas frentes e vai se preparar para dar o bote.
*GE