Corinthians pode ser surpresa, mas ainda tem ladeira a subir

Tanto na Copa do Brasil quanto na Sul-Americana, o time está a quatro jogos de ser campeão - e já não parece mais tão abaixo de seus concorrentes como há um tempo atrás.

Porém, ainda há uma enorme ladeira a subir no Brasileirão, como o jogo contra o Atlético-GO deixou claro. O placar de 3 a 0 neste sábado acaba por esconder dificuldades que a equipe teve, em grande parte decorrentes da pressão vivida no momento.

Com a urgência de deixar a zona de rebaixamento, o Corinthians pareceu afobado no primeiro tempo contra o lanterna do campeonato e cometeu muitos erros de passe.

Ramón Díaz (suspenso) e seu filho Emiliano mantiveram o esquema 4-4-2 com um losango no meio. A estratégia que funcionou diante do Fortaleza, na última terça, demorou a engrenar contra o Atlético-GO. Os visitantes picaram o jogo, esfriaram a atmosfera de Itaquera e foram, aos poucos, encaixando descidas perigosas ao ataque.

Como de costume, Garro se movimentou bastante para receber a bola com liberdade, mas não gerou tanto perigo. As poucas chegadas alvinegras na etapa inicial saíram com enfiadas de Charles e ultrapassagens dos laterais.

Precisando melhorar consideravelmente seu aproveitamento para deixar as últimas colocações, o Corinthians terá a ansiedade e o nervosismo como alguns dos principais adversários até dezembro. A tensão é capaz de equilibrar jogos que deveriam ser mais fáceis, como o deste sábado.

Entretanto, o gol de Romero, no último lance do primeiro tempo, mudou todo o cenário. Mais leve graças à vantagem no placar, o Timão cresceu no segundo tempo, passou a entregar menos a bola ao rival, criou chances de gol e construiu um placar mais elástico.

Todos os olhos estavam em Memphis Depay, mas do banco alvinegro saíram outras peças valiosas, como Igor Coronado e André Carrillo, evidenciando como está mais encorpado o elenco.

O holandês, mesmo ainda sem estar na forma física ideal, deu mostras do que pode entregar ao time. Embora tenha entrado mais centralizado, ele se mexeu bastante para participar do jogo e arrastar a marcação. Deu toques rápidos e, após bom lançamento de Héctor Hernández, outro recém-chegado, quase deixou sua marca.

• Posse de bola: 53% x 47%
• Finalizações: 16 x 14
• Finalizações no alvo: 7 x 4
• Passes completos: 497 x 342
• Passes incompletos: 80 x 75
• Desarmes: 25 x 16
• Dribles: 7 x 7
• Escanteios: 7 x 2
• Impedimentos: 3 x 1

Não se pode esquecer que o trabalho de Ramón Díaz tem pouco mais de dois meses e que o time vem passando por uma reformulação brusca - contratou 20 jogadores no ano, nove só na última janela. Ou seja, é natural que apresente problemas e oscilações.

Ainda assim, resultados e desempenhos recentes dão esperanças para o torcedor sonhar. Fugir do rebaixamento ainda é o maior desafio do Corinthians, mas é possível almejar objetivos maiores.

*GE