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Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024

Esportes

Cruzeiro domina Internacional, mas perde nova chance de retomada no Brasileiro

Cruzeiro domina Internacional, mas perde nova chance de retomada no Brasileiro

Kaio Jorge lamenta pênalti perdido em Cruzeiro x Inter (Imagem: Alessandra Torres/AGIF)

Cruzeiro teve chances para ganhar, mas ficou no empate sem gols contra o Internacional, no Mineirão, desperdiçando mais uma oportunidade de entrar no G-6 do Brasileiro. Apesar de ter ficado mais perto da vitória, o futebol esteve longe de encantar, mesmo com um a mais por cerca de 70 minutos. A pressão cresce.

O contexto do jogo no Mineirão foi praticamente oposto ao do Beira-Rio. A “obrigação” da vitória inverteu para o Cruzeiro, que vem de sequência ruim no Brasileirão e tinha a atmosfera do estádio a favor. O início foi bom.

O Cruzeiro começou a partida tomando as ações, com Matheus Pereira participativo pelo meio e muitas subidas pelos lados, com Zé Ivaldo e Arthur na direita, e Marlon pela esquerda. Era um time que conseguia recuperar rapidamente a posse e chegar com a mesma velocidade ao entorno da área do Internacional.

Assim, ainda quando os gaúchos tinham 11 jogadores em campo, o Cruzeiro conseguia ser de alguma forma envolvente, com tabelas, triangulações e infiltrações. Em uma delas, inclusive, Marlon recebeu dentro da área, mas finalizou para fora. Jogada treinada e bem executada, com exceção ao arremate.

Mas, ainda que o Cruzeiro estivesse melhor no jogo e demonstrando alguns bons sinais coletivos, tinha dificuldades em transformar domínio de posse e território em chance de gol. Fora o lance de Marlon, os outros lances que tiraram suspiro do torcedor foram cruzamentos afastados pela defesa e chutes ruins de fora da área.

Isso ocorreu mesmo com o Inter se posicionando mais adiantado e cedendo espaços. O que passou a não acontecer aos 33 minutos, com expulsão de Rogel. Roger Machado colocou o time compactado no campo de defesa, e as dificuldades recorrentes do Cruzeiro apareceram. Faltou velocidade com a bola no pé e mobilidade sem ela para buscar espaços. As duas coisas, claro, estão interligadas.

O segundo tempo foi relativamente melhor nesse sentido. Vitinho conseguiu ser peça importante, se aproximando de Matheus Pereira – o mais lúcido e participativo – para tentar conectar os homens de frente. Mas, ainda assim, o Cruzeiro não conseguiu exercer, de fato, uma pressão contra o adversário com um homem a menos.

Seguiu rondando bastante a área colorada, mas o goleiro Anthoni esteve longe de ser o defensor mais acionado no Inter – como Cássio foi no Beira-Rio, por exemplo. Defendeu a cobrança malfeita de Kaio Jorge no pênalti, além de um outro chute do atacante e uma finalização de Matheus Pereira. O camisa 10 também parou na trave em cobrança de falta. As chances do Cruzeiro na partida se resumiram a isso.

Marlon; Cruzeiro x Internacional — Foto: Alessandra Torres/AGIF

Marlon; Cruzeiro x Internacional — Foto: Alessandra Torres/AGIF

Foram três jogos com o Cruzeiro atuando mais de um tempo com jogador a mais. Suou pra buscar o empate contra o Vitória e para ir aos pênaltis diante do Boca Juniors, além de não vencer o Internacional jogando em casa.

A atuação diante do Inter foi melhor do que contra o Boca, principalmente no controle defensivo – onde o apetite adversário também precisa ser levado em consideração, por se tratarem de competições em diferentes modelos de disputa. Mas, ofensivamente, o Cruzeiro tem qualidade individual e já demonstrou repertório para produzir mais.

O tom dos jogadores é de apoio irrestrito a Fernando Seabra, assim como a diretoria alterna as cobranças com respaldo ao treinador nos bastidores. Mas, é fato: com cinco tropeços no Brasileiro e o lanterna pela frente, jogando em casa, a retomada não tem como mais ser adiada.

*GE