CSA reúne provas sobre suposta escalação irregular de atleta na Série C

Advogado do CSA e de outras equipes que disputam o Brasileiro, Osvaldo Sestário conversou com o ge nesta quinta-feira e explicou o caso.

-Vários clubes estão interessados numa possível irregularidade que envolve um atleta do Caxias. Como o site da CBF está com dificuldades de acesso, eu estou buscando meios de conseguir súmulas junto à confederação. Pedi um prazo aos clubes até a sexta-feira para levantar essas provas documentais.

De acordo com o regulamento da Série C, um jogador não pode disputar quatro partidas por um clube e se transferir para outro que esteja na mesma competição.

Como há indícios de que o lateral teria disputado quatro partidas pelo ABC na Série C (contra Ferroviária, Londrina, Athletic-MG e Ferroviário), antes mesmo de se transferir para o clube gaúcho, Sestário explicou quais procedimentos devem ser adotados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

- Na súmula contra o Athletic-MG, não consta a entrada do jogador em campo. No entanto, temos outros meios de provas, como imagens de transmissão, registro do atleta entrando em campo... Nesse caso, a denúncia pode ser ofertada pela procuradoria, com base nos artigos 214 ou 191.

Sestário explicou que tipo de punição pode ser aplicada ao Caxias, caso seja comprovada a infração.

- Nesse caso, constatada a infração ao artigo 214 do CBJD, a punição é a perda de pontos em todos os jogos que atleta atuou (foram nove pelo Caxias, com 27 pontos disputados), além da aplicação de multa que varia de R$ 100 a R$ 100 mil.

O advogado também comentou se caberia alguma punição ao ABC, no caso de o clube não ter informado que o jogador já teria disputado quatro partidas pelo clube na Série C antes da transferência.

- Como a inscrição do jogador é da responsabilidade do clube que o contratou, não há como punir o ABC. A responsabilidade, a meu ver, é do Caxias. Para se comprovar se houve má-fé ou não (do ABC por não ter informado os quatro jogos disputados por Yuri Ferraz) numa situação como essa seria necessário um inquérito, algo muito complexo.

Presidente do Caxias, Mário Werlang deu sua versão ao ge na última quarta.

- Estamos acompanhando, acionamos o nosso departamento jurídico e constatamos, documentalmente, que o atleta disputou apenas três partidas. Se fez mais que isso, a culpa não é do Caxias, mas da arbitragem ou da CBF, e o Caxias não tem nada a ver com isso."

Perguntado sobre a versão do atleta, o dirigente respondeu assim:

- Ele disse que não lembra. Inclusive, antes mesmo da vinda dele pro Caxias, quando ainda defendia o ABC, ficou fora da partida contra o Figueirense justamente para não inviabilizar a transferência dele para o Caxias.

Hoje, faltando duas rodadas para o término da primeira fase, o Caxias está na 16ª posição na Série C, com 18 pontos, um a menos do que o CSA, o 15º. Primeiro clube na zona do rebaixamento, o Sampaio Corrêa é o 17º colocado, com 16 pontos.