Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
Quarta-Feira, 27 de novembro de 2024
O amargo da derrota para os Estados Unidos deve permanecer por um tempo. A pancada seca sofrida pela seleção brasileira no adeus a Brasília interrompeu a boa sequência da equipe na Liga das Nações. O resultado, claro, liga o alerta. Nos últimos dez jogos contra as americanas, nove quedas. É preciso, porém, entender o contexto atual e não deixar de lado a evolução do time até aqui. O caminho é longo, e o saldo, por enquanto, positivo.
O primeiro ponto: o time está longe de estar completo. José Roberto Guimarães tem lidado com uma sequência de problemas para armar o time. Contra os Estados Unidos, por exemplo, não pôde contar com Pri Daroit, que vinha sendo a bola de segurança no passe. A ponteira, com problema muscular, não entrou. Julia Bergmann foi caçada pelas americanas. Sem opções, o técnico viu a pupila sofrer em quadra durante todo o jogo.
A posição, inclusive, é a principal dor de cabeça do técnico até aqui. Antes de Pri Daroit, já havia perdido Ana Cristina, melhor jogadora da seleção na primeira etapa da Liga. O retorno da jogadora do Fenerbahçe ainda não tem previsão. Para a etapa da Tailândia, porém, Zé Roberto finalmente deverá ter Gabi em quadra. O treinador não quer acelerar os passos, mas deverá contar com a capitã e referência do time em Bangkok após um incômodo no joelho direito.
Por outro lado, Zé Roberto viu Maiara Basso ganhar espaço. A ponteira, convocada para a seleção adulta pela primeira vez, entrou muito bem no time, principalmente na partida contra a Sérvia. Foi titular nos dois últimos jogos e mostrou que pode ser uma boa opção para o treinador. Sofreu, como toda a equipe, contra as americanas, mas deixa Brasília com crédito.
Após a partida, Zé Roberto lamentou a oscilação no passe e a dificuldade de conseguir um contra-ataque mais eficiente. Rumo à Tailândia, o técnico certamente vai buscar formas de fazer o time evoluir nesse sentido.
Plummer encara bloqueio do Brasil — Foto: Divulgação/FIVB
Há, também, a questão na saída de rede. Kisy mostra estar em vantagem na disputa. Lorenne chegou a ter uma chance na partida contra a Sérvia, mas não conseguiu corresponder. Rosamaria foi mais usada pelo técnico e teve bons momentos, principalmente contra a Alemanha, mas ainda não está em seu melhor ritmo. A jogadora, que tem o diferencial de também atuar como ponteira, sofreu com uma lesão no abdômen na Itália e ficou dois meses parada.
Em Bangkok, Zé Roberto deve dar mais chances a Lorrayna. A oposta, que entrou bem em alguns momentos na primeira etapa, no Japão, ficou fora dos jogos em Brasília. Ela, porém, se junta ao grupo na Tailândia e deve ganhar mais tempo em quadra.
Brasil festeja ponto contra a Sérvia: melhor jogo da seleção — Foto: Mauricio Val/FVImagem/CBV
Há, também, outras questões. Macris ainda não encontrou o tempo certo nas jogadas com Carol, um dos pilares da seleção. Por outro lado, Thaísa mostrou a que veio, principalmente na vitória contra a Sérvia. Diana também entrou bem sempre que preciso – foi uma das melhores em quadra na derrota para os Estados Unidos.
O Brasil é uma das seleções com o maior número de milhas percorridas durante a Liga – duas etapas na Ásia, intermediadas pela semana em Brasília. O desgaste de um calendário apertado também cobra um preço. Em Bangkok, a equipe terá jogos complicados pelo caminho, contra Itália, Canadá, Turquia e Tailândia.
Após a vitória contra a Sérvia, Zé Roberto ressaltou a importâncias de viradas como aquela na formação de um time. A derrota para os EUA tem o mesmo valor, apesar do gosto amargo. O saldo até aqui, porém, mostra um time em evolução.
*GE