Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024
A temporada atual começou de forma inusitada para Rodrygo. O atacante se viu envolvido numa polêmica quando, em seu canal num aplicativo de mensagens, reivindicou a presença do “R” na sigla BMV (de Bellingham, Mbappé e Vini Jr., seus companheiros de Real Madrid). A postagem foi logo apagada, e o atacante explicou que a conta não é administrada por ele. Ainda assim, a queixa é legítima. E poderia ser estendida à seleção. Apesar de ser um dos mais regulares, o Rayo, como também é chamado, sente a sombra de Vinícius e de Neymar. Agora, sem os dois, sua importância ganha mais destaque. A reação que o Brasil precisa ter nas Eliminatórias, a partir do jogo contra o Chile, às 21h, em Santiago, passa por seus pés.
Que Neymar é a grande liderança técnica da seleção, não há dúvidas. Mas, neste um ano sem o atacante do Al-Hilal, da Arábia Saudita, as atenções se voltaram para Vini. Compreensível, dado o fato de que ele foi o grande nome do Real na temporada passada e é forte candidato à Bola de Ouro. Além disso, sua personalidade carismática e o estilo de jogo, com dribles elásticos, naturalmente enchem mais os olhos do torcedor.
Com a Amarelinha, no entanto, Vini ainda não correspondeu às expectativas. Foi Rodrygo, que herdou a 10 de Neymar, quem de fato esteve mais próximo de assumir um protagonismo. Convocado desde 2019, com Tite, ele tem números que mostram como passou a ser o jogador de confiança dos treinadores que vieram depois.
No ciclo para a Copa de 2026, Rodrygo é o segundo jogador com mais partidas disputadas. Foram 17 até agora, atrás apenas de Bruno Guimarães, que tem 18. Mas, por ser titular com mais frequência, o atacante do Real Madrid é quem tem a maior minutagem com a Amarelinha após o Mundial do Catar: 1.398, sem contar os acréscimos (o segundo é o zagueiro Marquinhos, com 1.305 minutos). O camisa 10 é ainda o artilheiro da seleção brasileira pós-2022, com seis gols.
Parte dessa confiança se deve à versatilidade do jogador. Rodrygo atua pelos dois lados do ataque, e também mais atrás, ajudando na armação. Ou ainda como um falso 9. Esta polivalência agrada aos técnicos. Porém, interfere na percepção externa de sua importância.
É aqui que a sombra de Vini mais o afeta. O atacante já afirmou que se sente mais à vontade pelo lado esquerdo. Mas acaba sendo levado a outras funções para que o camisa 7 atue naquele lado — tanto na seleção quanto no Real.
Contra o Chile, ele terá esta oportunidade. Dorival Júnior confirmou que levará a campo um time com quatro atacantes. Rodrygo ocupará a esquerda, enquanto Savinho, a direita. O técnico vai tentar aproveitar a boa fase de Raphinha, que vem se destacando pelo Barcelona jogando por trás do centroavante, mais centralizado. Em Santiago, este atacante de referência será Igor Jesus.
—Precisamos empurrar mais a última linha adversária para dentro do gol para que possamos ter jogadores chegando em condição diferenciada para criarem e preencherem mais a área — afirmou Dorival, que explicou a preferência pelo atacante do Botafogo na frente ao invés de Endrick:
—O momento do Igor Jesus é muito interessante. O Endrick ainda vem buscando conhecer seu clube, o momento, está chegando no maior clube do futebol mundial tendo uma concorrência grande. Mas mesmo assim vem dando o seu recado.
*O Globo