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Segunda-Feira, 25 de novembro de 2024

Esportes

Flu deixa Diniz de lado e vence o Cruzeiro ao fazer jogo corajoso

Flu deixa Diniz de lado e vence o Cruzeiro ao fazer jogo corajoso

(Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF)

As críticas ao Fluminense nas últimas rodadas tinham a ver com os resultados. Mas, além disso, a principal delas era sobre a postura da equipe — principalmente as diante Atlético-MG, na Conmebol Libertadores, e Atlético-GO, pelo Brasileirão. Por isso, a vitória por 1 a 0 sobre o Cruzeiro, nesta quinta-feira, no Maracanã, é simbólica. Não pelo reencontro com Fernando Diniz, que falaremos mais sobre, mas pela forma como aconteceu. Dificilmente o Tricolor não sairia aplaudido mesmo se tivesse tropeçado.

O técnico Mano Menezes evita falar de vontade porque isso não parece estar em falta. Há quedas de rendimento técnico, desatenções e irregularidades. Mas não falta de vontade. Diante do Cruzeiro, o nível de atenção imposto do primeiro ao último minuto estava alto e serve para virar a página. Após tantos tropeços com gols no fim, é bom vencer sem ver as redes serem vazadas.

No Maracanã, o Fluminense foi o que se espera de uma equipe que luta contra a zona de rebaixamento. Não foi o melhor jogo sob comando de Mano Menezes, mas entregou um nível de intensidade, atenção e imposição dentro de campo que se espera. Se não dá para vencer só na técnica, que sobre na dedicação. Ou no talento de craques como Fábio, Paulo Henrique Ganso ou Jhon Arias.

A vitória é importantíssima para o Fluminense também nos números. São 16 anos sem saber o que é perder para o Cruzeiro dentro do Maracanã, manteve a série positiva de resultados contra Fernando Diniz e deixou a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.

Mano Menezes em Fluminense x Cruzeiro — Foto: André Durão

Mano Menezes em Fluminense x Cruzeiro — Foto: André Durão

Curiosamente, o Maracanã tratou Fernando Diniz com a indiferença que pedia a partida. Ele está marcado na história do Fluminense, mas também tem parcela de culpa na péssima campanha neste Brasileirão. Não teve vaias ou aplausos. Houve silêncio todas as vezes que ele apareceu no telão. Apesar disso, o treinador foi figura central para o desenrolar da partida.

A saída de bola de Diniz é sempre um dilema em todas as equipes que o técnico comanda. No Cruzeiro não foi diferente, ainda mais com pouco tempo de entrosamento que trouxe deficiências. O Fluminense, que sabe melhor do que ninguém como lidar com ela, tratou de explorar as suas brechas. A ordem desde o primeiro minuto era subir a marcação e revelar o "pior lado" deste estilo.

Kauã Elias e Arias criaram duas chances claras para o Fluminense com essa roubada de bola. Na primeira, Keno chutou fraco, nas mãos do goleiro. Na segunda, Ganso se esticou todo, mas não conseguiu completar para as redes. Parecia algo irônico: o Tricolor conseguia se aproveitar da maior deficiência do esquema tática de seu ex-técnico. Curiosamente, um dos fatores que o levou a abrir a rodada na zona de rebaixamento.

O problema é que essa saída de bola também é responsável por fazer esse Fluminense ser campeão da América. E quando dá certo, é muito perigosa. Com o tempo, Diniz mudou a forma de jogar e contou com a falta de ritmo de Manoel e o cartão amarelo recebido por Victor Hugo para criar chances. Mais até que o Fluminense.

Ao subir a linha de marcação, o Fluminense ficava com as costas ficavam expostas. O Cruzeiro, rápido, explorava assim que conseguia sair da pressão alta. Kaio Jorge chutou na trave, Gabriel Veron parou em Fábio, Lautaro Diaz ficou cara a cara com o goleiro, mas não conseguiu marcar.

Até o final da primeira etapa, o jogo seguiu esta toada: se o Cruzeiro errava, era chance para o Fluminense; quando a Raposa escapava da marcação do Tricolor, criava perigo.
 
Arias caído no gramado em Fluminense x Cruzeiro — Foto: André Durão

Arias caído no gramado em Fluminense x Cruzeiro — Foto: André Durão

Para o segundo tempo, a natural entrada de Bernal no lugar de Victor Hugo ajudou o jogo a deixar de ser uma roleta russa. Não que dê para dizer que o Fluminense melhorou. Na verdade, o jogo ficou mais travado e monótono. O Cruzeiro tinha menos velocidade para atacar e o Fluminense pressionava menos na saída de bola.

Neste cenário, o jogo pendeu para o Fluminense. A Raposa tinha mais posse de bola, mas poucos espaços para criar as chances de perigo. Então, Ganso e Arias, que estavam sumidos na partida, se encontraram para abrir o placar. Passe de gênio do camisa 10 para achar o camisa 21, que bateu cruzado e fez o Maracanã explodir. Além da já citada dedicação, talento é fundamental para uma equipe que luta contra a zona de rebaixamento.

Dali em diante, a postura do Fluminense foi o que fez a arquibancada inflamar. A marcação alta seguiu, mas com muito mais cautela do que na primeira etapa. Menos desesperado, foi um segundo tempo bastante inteligente da equipe do Tricolor. Fez faltas quando necessário, brigou para esfriar o adversário, se desgastou fisicamente e não perdeu até nas divididas mais duras.

E, desta vez, Mano Menezes acertou. As substituições cumpriram com o seu papel de manter o fôlego e a marcação encaixada.

Comemoração do gol do Fluminense contra o Cruzeiro — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Comemoração do gol do Fluminense contra o Cruzeiro — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Fábio ainda fez uma grande defesa próximo ao final da partida, mas o volume de jogo do Cruzeiro foi caindo conforme o tempo passava. Aqui, vale elogiar alguns jogadores que cresceram de produção: o zagueiro Manoel, o lateral-esquerdo Marcelo e o atacante Keno. Quem entrou, como os laterais Guga e Gabriel Fuentes ou o volante Lima também foram bem.

Ao apito final, vitória do Fluminense. Alívio para quem deixa a zona de rebaixamento. Mas um sinal de que essa é a postura que tem que seguir até a 38ª rodada do Brasileirão.

*GE