Fluminense vence à la Mano Menezes e consolida reação sabendo se adaptar aos jogos

A vitória leva o Fluminense aos 27 pontos. Não deixa a 16ª colocação, mas os resultados da rodada recolocaram Grêmio, Juventude e Criciúma na briga direta contra o rebaixamento. E quanto mais concorrentes, melhor. Para ter ideia, ao mesmo tempo que o Fluminense está a dois pontos do Z-4, está a três do 11º colocado. A briga persiste, mas a reação é nítida.

Para explicar a diferença entre vencer e triunfar, como neste domingo, é preciso reforçar alguns pontos. O Fluminense foi superior a um São Paulo que vive ótimo momento na temporada. Adversário que está vivo na Copa do Brasil, na Conmebol Libertadores e na parte alta da tabela do Brasileirão. Luis Zubeldia tem poucas derrotas desde que assumiu. E tudo isso no primeiro jogo sem o volante André, negociado com o Wolverhampton.

Hoje, o Fluminense é um time que consegue encontrar soluções nas adversidades. Jogou bem mesmo após a venda de um de seus pilares e soube se defender contra um adversário qualificado.

Dentro de campo, bastou a bola rolar para o óbvio ser constatado: o São Paulo é um grande adversário, vive boa fase e muito difícil de ser batido. Ciente do que deveria fazer, se impôs mesmo que tornasse o jogo feio ou chato de assistir. As reclamações de Calleri logo no primeiro minuto não são por acaso. São estratégia para tornar a partida faltosa, brigada e caminhar para o estilo que os paulistas gostam. Luis Zubeldia reclamar à beira do gramado também ajuda nisso.

O Fluminense demorou a perceber e levou a pior quando o jogo foi para o confronto mais físico. Além disso, taticamente, o São Paulo conseguia provocar um erro grave: ao ter a bola, suas peças de ataque se movimentavam até deixar Lucas no mano a mano com Facundo Bernal. Quando acontecia, a velocidade do meia prevalecia. Problemas eram criados.

Do outro lado, o Fluminense encaixava contra-ataques, tinha Arias e Ganso inspirados, mas via Kauã Elias fazer uma péssima partida. Demonstrava dificuldades para dominar e seguir jogando. Tomava decisões erradas. Até marcar um golaço. Isso no momento em que a equipe de Mano Menezes mais sofria campo. O gol foi um desafogo que mudou o cenário.

Então, o ambiente mudou. Um momento é simbólico: as brigas — inúmeras — entre Thiago Santos e Calleri. O zagueiro do Fluminense levou a melhor na maioria delas. E conseguiu arrumar um cartão amarelo para o atacante do São Paulo. Mano Menezes também soube ler bem a partida e corrigiu a perseguição a Lucas, deixando Thiago Silva a postos para subir. Mas vieram outros problemas.

No segundo tempo, Zubeldia voltou do intervalo com três substituições que mudaram o jogo. Ferraresi, Marcos Antônio e Luciano entraram com a ideia de reforçar o meio-campo e forçar ataques pelo lado direito, aproveitando os espaços deixados por Marcelo e um Kevin Serna que ficava cada vez mais cansado. Deu certo e o São Paulo cresceu.

O Fluminense sofreu, mas, tirando um chute de William onde Fábio fez um milagre, não houve tantas chances claras para os paulistas. Na verdade, o São Paulo foi um time que teve a bola e abafava pelo volume de jogo. Mas oportunidades claras foram poucas. Isso é mérito do trabalho defensivo de Mano Menezes.

Marcelo foi substituído e Guga deu conta do recado. Serna também saiu, exausto, e Lima supriu bem essa ausência. Perto dos 30 minutos, houve um problema de perda de referência no ataque após Kauã Elias ser substituído, com Ganso fazendo essa função. John Kennedy entrou e melhorou esse fator. Mas foi Keno quem decretou a vitória.

Antes vaiado, o atacante entrou bem na ponta direita, recolocou o Fluminense no ataque e deu gás novo para o ataque. Marcou seu gol — com direito a pedido de desculpas. Novamente, num momento de pressão do São Paulo.

A vitória do Fluminense coroa a ascensão com Mano Menezes. Nos momentos bons e tensos dos jogos. Como ele bem disse, é um time que sabe se adaptar e o que fazer dentro de campo. A reação na tabela do Campeonato Brasileiro é visível.

*GE